No sábado (1º de junho) uma reunião agendada pelo gabinete do Ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta aconteceu no saguão do aeroporto regional do Litoral Norte, em Torres. A pauta anunciada era relativa a uma consulta com prefeitos da região, para que explanassem sobre as demandas dos municípios locais perante as chuvas e os níveis de estados de exceção que estavam cada um. Mas na realidade a pauta tratou, principalmente, da maior utilização do próprio Aeroporto de Torres e a possibilidade de abertura do terminal no litoral gaúcho, para voos comerciais. Isto em decorrência dos trabalhos do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, estarem suspensos por conta da enchente que assolaram o Rio Grande do Sul.
A reunião foi muito prestigiada contanto com a presença de grande público, integrada por prefeitos da Amlinorte, políticos e empresários da região. Além do Ministro Pimenta, participaram da reunião de trabalho, o Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, o presidente da Amlinorte, prefeito João Marcos Bassani dos Santos, de Maquiné o Secretário Adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Rafael Ayub, representando o governador Eduardo Leite o deputado Luciano Silveira, representando a Assembleia Legislativa; prefeitos da Amlinorte; o vereador Gibraltar Vidal, representando a Câmara Municipal de Torres.
Enchente no Aeroporto Salgado Filho (mas também articulação turística)
Conforme foi dito na reunião, a iniciativa partiu de articulação liderada pela Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), que teria sido fomentada por empresário da região, como Fórum Empresarial de Torres, Sinduscom Regional, Sindicato de Hotéis e Restaurantes e empresários de entretenimento locais. O grupo teria acionado o governo do RS, que por sua vez acionou o gabinete do Ministro e proporcionou a reunião de destaque nacional em Torres.
A prestigiada reunião em Torres abordou vantagens comparativas reais do terminal aeroportuário do Litoral Norte em meio a realidade atual, bem como a importância do seu maior uso para o crescimento do turismo regional no Litoral Norte e Aparados da Serra. E em meio a estas possibilidades, a necessidade de investimentos públicos federais no aeroporto de Torres (motivo da reunião com o ministro) como fonte para atender as demandas.
Técnico em aeronáutica local deu explicações qualificadas
Um técnico que trabalha na Escola de Aviação Renovar (que funciona no Aeroporto de Torres) passou um pouco de seu conhecimento sobre vantagens do aeroporto local às autoridades presentes, sendo aplaudido pelos presentes e elogiado pelo ministro Pimenta. Ele ressaltou que:
1 – O aeroporto tem pista suficiente e espaço para adaptação de bordas de pistas suficientes para a maioria das grandes aeronaves comerciais. A pista daqui é 300 metros maior do que a do Aeroporto Santos Dumont, do Rio de Janeiro, por exemplo.
2 – O tempo de viagem de carro entre Torres e Porto Alegre é meia hora menor do que o tempo que se leva de carro de Caxias à Porto Alegre, por exemplo.
3 – Aeroportos de Canoas (o que atualmente é o principal substituto para voos da Capital), Caxias e Canela têm problemas de neblina, o que exige equipamentos caros e que necessitam de tempo e de técnicos treinados para operá-los. E Torres não tem problemas grandes de neblina, o que se trata de um importante diferencial competitivo principalmente nesta época (Outono/inverno).
4 – Os investimentos necessários para que a cidade de Torres adaptasse as estruturas de combate a incêndio e de equipamentos obrigatórios do aeroporto seriam pequenos, se comparados aos benefícios da utilização local pela aviação comercial e institucional (neste momento).
Melhorias também para o futuro
No final da reunião, foi levantado pelo vereador de Torres Gibraltar ‘Gimi’ Vidal, a necessidade de se olhar para o futuro e avaliar que as melhorias no Aeroporto de Torres não seriam uma solução para problemas temporários causados pela interdição do Salgado Filho, na Capital, mas poderia também alavancar a efetiva utilização futura do terminal aeroportuário do Litoral Norte. Gimi lembrou que o mesmo terminal seria útil para melhorar a logística já visando a futura construção do Porto Marítimo Meridional (previsto para acontecer em Arroio do Sal).
O encontro finalizou em clima de otimismo, tanto por parte do Ministro Paulo Pimenta quanto pelos presentes. E parece que a efetiva decisão de melhorar a estrutura do Aeroporto Regional de Torres – como parte das medidas de reconstrução da normalidade do Rio Grande do Sul após a cheia de maio deste ano – está mais próxima.
Projeto deverá sair após compilação de dados
Em entrevista para a imprensa após a reunião, o ministro de Estado da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta afirmou que existem “muitos argumentos positivos para justificar a necessidade de um aeroporto regional”. Pimenta acredita que a implementação de voos comerciais poderá ser positiva para o turismo de Torres e do Litoral Norte, além das vantagens de utilização atuais (por conta da enchente no RS). A seguir ele também lembrou que o estado gaúcho se tornou muito dependente de Porto Alegre no que diz respeito ao sistema aeroportuário, sugerindo, portanto, que estado deveria planejar alternativas para sair desta dependência em um futuro próximo.
Uma reunião em Porto Alegre, feita junto a Fraport e governo do Estado do RS, deveria iniciar um projeto de ações que envolvem principalmente o cronograma da volta do Aeroporto Salgado Filho – e a previsão já informada pelos operadores do terminal e que o Aeroporto de Porto Alegre volte a operara apenas na segunda quinzena do mês de dezembro.
Na mesma entrevista, o ministro informou a entrada do ex-secretário de Turismo gaúcho e já atuante no Ministério do Turismo do Brasi, Milton Zuanazzi, no grupo de trabalho para a reconstrução do RS após as enchentes, o que para ele (Pimenta) irá qualificar os diagnósticos e propostas que envolvem o turismo gaúcho no projeto de recuperação do estado.
