Na sexta-feira, dia 15 de dezembro foi formalizada em evento para autoridades, a entrega da revitalização da Praça do Belvedere, localizada as margens da BR 101, em Torres. O projeto e a obra são frutos de um Termo de Adoção – assinado entre a Prefeitura e o Posto BR Terra Nova ainda em janeiro de 2023. O contrato incluiu a restauração da praça (inclusive o espelho d’água e o monumento do Obelisco) e foi planejado com intuito turístico, social e cultural. A prefeitura entrou com a articulação e legalização da área e os empresários com os custos e a manutenção contratual.
De abandono a ponto turístico
Conforme os diretores do posto (Grupo Terra Nova), o objetivo nasceu da necessidade de combater a prostituição, o tráfico e o consumo de droga que aconteciam no espaço abandonado do Belvedere (ao lado do posto). Foi desta meta que surgiu a ideia dos fundadores da empresa, de implementar um programa envolvendo o turismo e a história do Belvedere, tornando-o também cultural. E com essa premissa veio a restauração do local, baseada na inauguração da Praça do Belvedere no final dos anos 1960, mas com a revitalização e modernização. Agora, o espaço oferece descanso e lazer para a população em uma recuperada opção de turismo local (caraterística da cidade), sem deixar de colocar no espaço a questão cultural.
O jornalista e historiador torrense Nelson Adams Filho foi contratado para fazer o resgate histórico do Belvedere. Ele buscou dados na sua construção como um marco da inauguração da obra de finalização da estrada BR 101 no RS, feito pelo então presidente Costa e Silva, em 1968, mesmo local onde o presidente Garrastazu Médici a seguir inaugurou o asfaltamento da via (em 1971).
O desenho arquitetônico da revitalização da praça, por sua vez, foi coordenado pela também moradora de Torres engenheira Lia Mara Dias de Oliveira, o que mostra nos empreendedores da obra sua vontade de inclusão das pessoas locais no programa geral do projeto de restauro histórico.
Praça, arborização, ajardinamento, pistas de caminhada e passeio, além do espelho d’água e do monumento do Belvedere – tudo isso se integra a um mirante para uma vista belíssima da Lagoa do Jacaré, o que oferece para torrenses, turistas e frequentadores do Posto, um lugar especial para frequentar a qualquer momento. Uma exposição de fotos grandes também foi instalada no lugar, para lembrar a história da construção do Belvedere. Nela aparecem imagens da linha do tempo das atividades que afinal ligam Belvedere, estrada BR 101 e a Torres das últimas décadas.
Cuidando do presente e do futuro
Na obra da Praça do Belvedere, ornamentada revitalizada, está incluído um sistema de Câmeras que registra o movimento em todo o local, o que possibilita que a administração do posto (atual padrinho do Belvedere) possa passar dados para a polícia, no sentido de inibir a ação de possíveis vândalos. E o trabalho turístico e sociocultural dos empresários não para por aí. Segundo informa a gerência do empreendimento em Torres, a diretoria pretende, ainda, “garimpar” mais objetos históricos que remetam à época da construção da praça, para implementar uma espécie de museu a seguir. Inclusive, os moradores do bairro do entorno estão sendo consultados, para levar a ideia adiante através do Conselho do Patrimônio Arquitetônico e Cultural (Compac) local.
De acordo com o representante do Grupo Terra Nova em Torres, a adoção do Belvedere pela família proprietária da empresa vem de encontro ao diagnóstico realizado por eles que sinalizou a existência de praças e locais públicos que precisam ser cuidados e revitalizados, quando são ao mesmo tempo sabedores que a administração pública não consegue propiciar e manter este tipo de equipamento urbano com a atual saúde financeira.
Além de Torres, o grupo empresarial Terra Nova possui postos em Novo Hamburgo e mais um em construção na BR 290. Eles operam ainda no setor da Construção Civil (compra/venda/locação de imóveis próprios) e atualmente já se posiciona como uma das empresas mais geradoras de impostos ao município de Torres.
