Secretário municipal e Fórum Empresarial manifestam-se sobre novo fechamento do comércio em Torres

Em decorrência da bandeira vermelha, lojas em toda a cidade passaram a não abrir mais uma vez - sendo que já tinham fechado por mais de um mês a partir de meados de março - num vai e vem operacional que está gerando problemas e até desemprego

26 de junho de 2020

Após estar aberto (com restrições) desde o início de maio, o comércio de Torres que não é considerado essencial teve de fechar suas portas novamente nesta última terça-feira, dia 23 de junho. O fato ocorre após o governador do Rio Grande do Sul ter assinado o decreto que passou a região do Litoral Norte para o status de “Bandeira Vermelha” na classificação estadual de nível de contaminação do Coronavírus.

Lojas em toda a cidade passaram a não abrir mais uma vez – sendo que já tinham fechado por mais de um mês a partir de meados de março – num vai e vem operacional que pode estar gerando muitos problemas para empresários, empregados e prestadores de serviços destas empresas, pessoas que por vezes perdem seus empregos ou seus trabalhos terceirizados.

O jornal A FOLHA pediu uma posição do Sindilojas de Torres, que representa também algumas outras cidades da região, assim como para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Torres. Mas não houve retorno das entidades para dar um resumo do que estão achando os associados varejistas e prestadores de serviço. Provavelmente estes ainda estão reunidos para ver as ações que vão tomar e em que sentido as entidades se posicionarão.

 

Presidente do Fórum Empresarial de Torres culpa relaxamento em medidas de prevenção

 

Já o presidente do Fórum Empresarial de Torres, empresário Eraclides Maggi, respondeu ao questionamento do jornal. O Fórum Empresarial trata de procurar representar os anseios de todas as categorias de empreendedores em Torres. E o dirigente debita para a população e os veranistas o retrocesso de Torres no combate ao coronavírus, que passou da bandeira laranja (restrições mais brandas) para bandeira vermelha.

“Lamentavelmente, este é um quadro resultante da falta de responsabilidade e bom senso sobre o distanciamento social na cidade. Pessoas ficam circulando na Prainha, por exemplo, aglomeradas, sem máscaras. E aqueles que precisam trabalhar e manter os empregos estão novamente sendo impedidos de funcionar por culpa destes, que não estão tendo os cuidados necessários. É preciso orientar e fiscalizar pra não sofrermos mais ainda”, desabafou Eraclides.

Medidas de apoio ainda são as mesmas do fechamento anterior

 

O Secretário de Indústria e Comércio de Torres, Alexandre Porcatt, também não sinalizou, ainda, com nenhuma novidade municipal para ajudar os comerciantes eventualmente prejudicados. Conforme informou para A FOLHA na manhã de quinta-feira, dia 25, o secretário diz que as pastas estão se reunindo para ver outro possível pacote de medidas de apoio municipal, embora o decreto de fechamento de lojas seja oriundo no Governo Estadual.

Alexandre lembrou, no entanto, que no primeiro fechamento do comércio, em março deste ano, a prefeitura foi protagonista em lançar um pacote de benefícios fiscais para amenizar os problemas das empresas – causados pela paralisação do comércio – e compor junto o pacote oriundo do Governo Federal, que ofereceu empréstimos bancários para alguns segmentos de pequenas e micro empresas,  além de um pacote de pagamento de parte do salário dos empregados das empresas que optassem por não demitir os funcionários.

Outra medida implementada e em validade – a partir de uma parceria entre Prefeitura de Torres e a Ulbra Torres – foi um projeto de oferecimento de consultorias técnicas para pequenas empresas poderem criar alternativas para obterem alguma outra forma de receita, mesmo em momentos onde os decretos compulsórios não permitem que os estabelecimentos funcionem. Vendas online, parcerias estratégicas, dentre outras, são exemplos de propostas oriundas de ajudas da parceria local.  Esta medida ainda está valendo, e basta entrar em contato com a Ulbra ou com a Secretaria de Indústria e Comércio de Torres. Mas estas medidas foram tomadas também á época do primeiro fechamento, portanto, o novo fechamento do comércio em Torres (e na maioria das cidades da região, também) ainda não recebeu nenhuma nova contrapartida – nem federal, nem estadual nem municipal.

FOTO: Padaria fechada para consumo interno, em decorrência das restrições em Torres 

Cidades vizinhas querem fechar ainda mais

 

Na quinta-feira(25), durante todo o dia, um movimento liderado pelo prefeito de Capão da Canoa e pelos representantes dos municípios do Litoral Norte (Amlinorte) foi pautado pela reportagem de Zero Hora e Rádio Gaúcha. É que a administração municipal de Capão da Canoa comunicou aos repórteres daquele jornal que está preocupada com o aumento de casos de contágio de Covid-19 na cidade e  com a capacidade da estrutura de saúde da região – que  estaria tendo  aumento de internações no Hospital pela Covid-19 como consequência.  E um grupo de representantes municipais locais  estaria reunido para tentar fazer um esforço conjunto, buscando reduzir aglomerações em todas as cidades da região e dar fôlego ao sistema de saúde regional local, portanto.

Um fechamento ainda mais rigoroso das atividades em geral,  para evitar o desrespeito aos decretos, assim como a implementação de mais fiscalização sobre o uso de máscara, por exemplo (que não estaria acontecendo nas praias da região), seria uma das propostas do grupo para tentar diminuir o contágio do Coronavírus nas cidades litorâneas e nos arredores.

A conscientização e alguma outra ação para evitar que pessoas da região transitem entre um município e outro também estariam sendo pensada, assim como certa conscientização para que turistas da região metropolitana e serra (proprietários ou não de imóveis na praia) também evitassem cumprir suas quarentenas aqui no litoral.  E estas questões, conforme Zero Hora “estariam assustando os prefeitos do Litoral Norte nas últimas semanas”.

Capão da Canoa já publicou no site do município o decreto que, por exemplo, prevê abertura de serviços somente até o meio-dia de sábado (27), inclusive os considerados essenciais. As únicas exceções previstas no texto são farmácias e postos de combustíveis. Os demais estabelecimentos deverão ficar fechados de sábado (27) pela tarde até a meia-noite de domingo (28).

 


Publicado em: Economia






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