Ainda sob risco de extinção devido ao extrativismo ilegal do palmito, a palmeira juçara foi tema de seminário regional em Praia Grande, Santa Catarina, no dia 30 de março. No auditório da Cooperativa de Eletricidade do município (Ceprag), o encontro reuniu cerca de 150 inscritos, entre pessoas, empresas e órgãos públicos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul interessados na recuperação, uso responsável e preservação da espécie nativa da mata atlântica. A Assembleia Legislativa de SC estava representada pelo deputado estadual e agrônomo Marcos José de Abreu, o Marquito. Os deputados Tiago Zilli e José Milton Scheffer enviaram representantes.
Marcado por relatos positivos sobre experiências iniciadas há mais de 20 anos na região com o fruto da juçara, o encontro teve na parte da manhã apresentações sobre sistemas de produção, com o técnico Cristiano Motter do Centro Ecológico e o pesquisador Fábio Zambonim da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural/ Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram).
Para falar sobre comercialização, foram convidadas a nutricionista da Prefeitura Municipal de Três Cachoeiras, Daniele Galeriano, Anelise Becker e Marcelo Vieira da Agroindústria Morro Azul, e Márcio Reis do Açaí Juçara Barbacuá.
Na parte da tarde, as analistas ambientais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura do RS Joana Bassi e Clara Liberato falaram sobre a contribuição da regularização de agroflorestas ao trabalho com açaí de juçara e outros produtos da sociobiodiversidade.
O deputado estadual Marquito colocou a Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina à disposição para construir diálogos e políticas públicas que fomentem o trabalho com a palmeira juçara. Impactado pela presença de lavouras de soja na BR 101 em Santa Catarina, Marquito lembrou do potencial enorme para cultivos como o açaí juçara, pinhão e butiá. “Precisamos levar a sociedade nessa direção, ampliando as possibilidades que respeitam a natureza e a cultura do nosso povo.”
O Seminário Regional da palmeira juçara foi realizado pelo Centro Ecológico, Núcleos Sul Catarinense e Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia e Agroindústria Barbacuá. Apoio: Prefeitura Municipal de Praia Grande, Ceprag, Cooperativa de Crédito Cresol, Epagri, Instituto Federal Catarinense Campus Santa Rosa do Sul (IFC), Pnud por meio do Projeto Adaptação Climática, do Centro Ecológico.
Lixo Zero (e pratos ecológicos de folha de bananeira)
Sem copos, talheres ou copos plásticos, o encontro teve a proposta de ser lixo zero. Os lanches foram servidos em brácteas de bananeira e pratos de folhas de bananeira feitos pelo biólogo Sidilon Mendes. Os resíduos foram encaminhados para as leiras de escolas com as quais o Centro Ecológico desenvolve projetos de horta e compostagem.
