Na noite de segunda-feira (20), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realizou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com os médicos obstetras do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, de Torres. O objetivo da atividade foi estudar soluções para os atrasos nos pagamentos dos profissionais, que persistem desde outubro de 2024. A categoria decidiu por realizar uma análise minuciosa dos contratos dos médicos e buscar o pagamento imediato dos passivos trabalhistas.
Responsável por conduzir a AGE, o diretor do Simers, Ricardo Pedrini Cruz, acredita que um hospital que é referência para toda microrregião de Torres e realiza atendimentos nas mais diversas especialidades médicas não pode deixar os profissionais sem suas remunerações. “Os médicos realizaram os serviços, já pagaram os impostos sob as notas emitidas, e nunca deixaram de realizar o seu trabalho em benefício da população. Não é apenas justo que recebam suas remunerações, mas um direito de todo trabalhador que nunca deixou seu posto desassistido”, enfatiza.
Pedrini acolheu as demandas da categoria e colocou a entidade à disposição para lutar pelos direitos dos profissionais. Além disso, o diretor também alertou para que nenhuma decisão fosse tomada sem cautela. “Dessa forma, tomaremos todas as medidas legais para garantir a eticidade do movimento da categoria”, destaca.
Entenda o caso
No dia 16 de janeiro uma comitiva do Sindicato Médico do RS (Simers) esteve no Hospital de Torres e, além da falta dos pagamentos desde outubro, foi constatado estrutura de trabalho precária. O espaço de descanso dos plantonistas não possui janela e o ar não circula no espaço, além de condições inadequadas para um atendimento de qualidade. Após a visita foram enviados uma série de ofícios para o Conselho Regional de Medicina (CRM), Secretaria Municipal da Saúde de Torres, e para a empresa responsável pela gestão do hospital, pedindo a resolução dos problemas.
O Hospital Nossa Senhora dos Navegantes é atualmente administrado pela empresa terceirizada IBSaúde, e existem relatos de médicos que foram contratados de forma ‘quarteirizada’. A casa de saúde iniciou seus trabalhos em 24 de fevereiro de 1954 pela Mitra Diocesana de Caxias do Sul. Em 1997, sua gestão foi transferida para a Associação Educadora São Carlos (AESC). Em 1º de dezembro de 2023, a administração passou para o Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano (IBSaúde).