Neste final de semana, dias 1º e 2 de fevereiro, Torres receberá diversas manifestações religiosas em homenagem ao Dia de Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes. A programação inclui missas, procissões e cerimônias de Religiões de Matriz Africana em diferentes pontos da cidade, reunindo fiéis e devotos em celebração.
O evento contará com a participação de diversos centros religiosos, que se distribuirão ao longo da orla para realizar suas homenagens e rituais tanto no sábado quanto no domingo. “Para informações sobre o ponto de partida de cada grupo, é recomendado entrar em contato diretamente com as respectivas lideranças religiosas”, recomenda a Prefeitura de Torres.
Para a igreja católica, no dia 02 de fevereiro, a programação começa às 15h, com uma procissão motorizada que parte da igreja Santa Luzia, no Centro e chega à Praça Nossa Senhora dos Navegantes, na praia da Cal, onde ocorre a bênção dos veículos. Em seguida, a procissão retorna ao Centro, e, às 16h, será celebrada uma missa na Praça Getúlio Vargas, em frente à igreja Santa Luzia.
Sincretismo entre Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá
No dia 2 de fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes. Mas por quê? Isso ocorreu por causa do sincretismo ocorrido no século XVIII, ou seja, nada mais do que o resultado de um certo conflito cultural, imposto pelo choque entre as diferentes religiões dos afrodescendentes trazidos da África com o catolicismo no Brasil. Dessa forma, incorporaram a nova religião onde os orixás foram associados aos santos católicos.
O culto à Nossa Senhora dos Navegantes vem desde a Idade Média, quando a Virgem Mãe de Jesus possuía o título “Estrela do Mar”. Nesse período histórico das Cruzadas, ocorreu a Guerra Santa, onde os europeus enviaram tropas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso. Posteriormente; o Culto a Nossa Senhora dos Navegantes tomou fôlego no século XV, período das grandes navegações europeias. Os Cruzados continuaram a invocavam a Nossa Senhora como “Estrela do Mar”, pois era conhecida por proteger os navegantes, indicando um porto seguro para seu retorno ao lar.
Já Iemanjá é uma das mais populares orixás da Umbanda. E no dia 2 de fevereiro, a “Rainha do Mar” é lembrada pela fartura, força espiritual e o axé dos mares. Ela é conhecida pelos devotos por harmonizar relacionamentos, ajudar as mulheres a engravidarem e trazer riquezas e fartura aos seus filhos. Mas nem sempre Iemanjá pôde ser cultuada livremente, e no período da escravidão no Brasil, ela foi sincretizada a figuras católicas, principalmente com Nossa Senhora dos Navegantes.