Sou Guilherme Oliveira, corretor especialista na Noble Imóveis e estarei por aqui nas próximas semanas para trazer um pouco mais das novidades de nosso mercado imobiliário.
Em qualquer época a construção civil é pauta de discussões positivas e negativas em uma sociedade. Em tempos de revisão de Plano Diretor, onde interesses de empresários e cidadãos são ainda mais aflorados, é importante termos o discernimento de nossos governantes no momentos das discussões, analisando não somente o lado das empresas da construção civil, como também prestando atenção na opinião pública com relação a este tema que vem mudando a situação de nossa cidade nos últimos anos. Esta na mesa para análise e posterior aprovação o novo plano diretor que não era atualizado desde a década de noventa, quando ainda tínhamos nossos queridos veranistas que aqui ficavam uma temporada de 90 dias ou mais, deixando capital na praia para que pudéssemos ter um inverno mais tranquilo. Já naquela época a construção civil tinha seu papel de importância na economia local, porém a ênfase ainda era no turismo de temporada, vocação natural de nossa cidade através dos encantos de suas belezas naturais. Belezas estas que atraíram uma gama de pessoas de fora da do munícipio para que aqui fincassem suas raízes, criassem seus filhos, gozassem de suas aposentadorias e que agora, com o boom do mercado imobiliário registrado nos últimos anos, passam a ter interesse em voltar a investir em Tores através de instalação de novos comércios em diversos segmentos e ainda na construção, compra e venda de imóveis.
Entre 2016 e 2020 tivemos um aumento na arrecadação de ITBI entre 15 e 27% ano após ano, tendo seu ápice no período de pandemia Covid-19, chegando a incríveis 45% de aumento no ano de 2021 frente a 2020, contribuindo com os cofres públicos na casa dos R$17,5 milhões em impostos gerados por transações imobiliárias na cidade. Somado a este montante de impostos, faça a conta de quantos empregos diretos e indiretos são gerados pelo setor? A gama de incorporadoras, construtoras, imobiliárias, escritórios de arquitetura, empresas do setor de insumos e toda uma cadeia que se beneficia do movimento trazido por essa engrenagem que emprega muito e além disso emprega com qualidade, paga salários acima do comum para profissionais qualificados, coloca a região em evidência no cenário nacional devido a qualidade de suas obras, o valor do seu metro quadrado cada vez mais agregado, o retorno e liquidez de seus imóveis para investidores e construtores locais e de fora da cidade que veem aqui um oásis para o comércio deste que além de ser um produto de desejo é o sonho das famílias, a tão desejada casa própria. Somos além disso um local de segunda moradia, sendo que grande parte do público que escolhe Torres para morar ou investir já entende e conhece do mercado imobiliário, fazendo com que a cidade entre para o hall das mais desejadas para este tipo de aporte financeiro na região sul, frente a outros players importantes do segmento como Gramado e Bal. Camboriú.
O que o mercado imobiliário faz com seu entorno não se limita a somente quem dele vive. Melhoria de ruas e praças nos diversos bairros. A evolução na rede de ensino, com estruturas melhores, professores mais capacitados, opções diversificadas nos níveis primários até a implantação de novas faculdades. Exige também que a qualidade dos serviços na área da saúde em nossa cidade sejam repensados, visto que o nosso morador, o Torrense nativo, passa a ter condição de exigir melhor atendimento e estrutura nos diversos setores ligados ao segmento, somado ao veranista que passa a voltar a permanecer ainda mais tempo em nosso munícipio, necessitando e cobrando uma nova estrutura e uma nova forma de gerir nossos recursos nas diversas áreas que dependem do dinheiro colocado nos cofres públicos através desta engrenagem chamada mercado imobiliário.
Visto estes e mais alguns pontos que veremos nas próximas colunas, é importante salientar que não é somente a altura das torres de concreto que estão em jogo nesta revisão tão necessária de nosso plano diretor. A questão é muito mais importante e profunda, afetando diretamente todo um município e região que não pode mais depender somente de sua vocação turística para trazer prosperidade e evolução para sua comunidade. Precisamos saber que o mercado imobiliário não é vilão para os problemas sociais e estruturais de Torres, muito pelo contrário, pode ser uma ferramenta importante de diversificação para a economia local, além de vetor de amplificação da divulgação de Torres e suas belezas naturais a nível nacional e internacional, colocando nossa querida cidade no mapa de bons lugares para viver e investir, agregando qualidade de vida a quem aqui escolher para morar, estudar ou alocar capital.