Organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um dos principais estudos sobre a situação socioeconômica dos municípios brasileiros. Ele monitora os indicadores sociais em 5.471 municípios, onde vivem 99,5% da população brasileira. E o resultado mais recente do IFDM, divulgado no último dia 28 de junho, mostra que, no Brasil, o desenvolvimento econômico e social dos municípios segue extremamente desigual – num comparativo entre as metades norte e sul do país.
O IFDM de 2018 tem como base dados de 2016. Para compor o índice, que voltou a subir após três anos de queda, são usadas estatísticas oficiais sobre saúde e educação básicas (como número de matrículas escolares e mortalidade infantil), além das taxas de emprego e renda. O índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto maior o valor, maior é o desenvolvimento socioeconômico do município. E, pelas informações coletadas, percebe-se que no ranking dos 500 municípios mais desenvolvidos estão principalmente as cidades das regiões Sudeste (50%) e Sul (41%) – sendo que o município de Louveira (SP) foi o que apresentou o maior valor (0,9) e ficou no topo do ranking nacional. A região Centro-Oeste ocupa 7% dessa lista, enquanto Nordeste ocupou apenas 8 posições entre os 500 maiores IFDMs do país (1,6%). Já na Região Norte, apenas Palmas, capital do Tocantins, figura entre os municípios com melhor desempenho.
Já entre os 500 municípios com menor desenvolvimento do país, 68% estão no Nordeste e outros 28%, nos estados do Norte. Nesta última região, por exemplo, mais de 60% das cidades têm desenvolvimento considerado baixo (até 0,4) ou regular (até 0,6). No Nordeste, metade dos municípios também estão nessa condição. Bahia (34%), Maranhão (20%) e Pará (13%) foram os estados com maior quantidade de representantes entre os 500 municípios pior classificados no ranking. Juntas, as regiões Norte e Nordeste somam 87,7% do total de municípios com pior desenvolvimento econômico e social do Brasil, segundo o IFDM 2018.
O Rio Grande do Sul tem 18 municípios entre os cem maiores índices. O Sistema Firjan destaca o bom resultado gaúcho na área de saúde – sendo que, proporcionalmente, o Estado é o que reúne mais cidades do país com nível de excelência nesse segmento: 84,9% (ou 421). No apanhado geral, Vale Real teve IFDM de 0,8807 ponto e tomou de Lajeado a liderança do ranking do RS – ficando ainda em 4° lugar no ranking nacional. Segundo a Firjan, nenhuma cidade gaúcha apresentou baixo grau de desenvolvimento.
Torres tem o melhor resultado do Litoral Norte
Os dados do mais recente Índice Firjan mostram que Torres melhorou nos indicadores socioeconômicos em 2016 (ano base para o estudo), e voltou a figurar entre os municípios de maior desenvolvimento no Brasil.A cidade alcançou o valor de 0,820 no IFDM Consolidado – que insere o município entre os de alto desenvolvimento (valor acima de 0,8). O resultado fez com que Torres voltasse a ser o município de maior desenvolvimento econômico no litoral norte do Rio Grande do Sul, além de melhorar a nota obtida no na pesquisa anterior do Firjan (cujos dados eram de 2015 – e onde a nota torrense era de 0,799). No ranking estadual, o município ficou na 45ª posição, e na 237ª posição entre os 5471 municípios do Brasil analisados.
Lembramos que os dados computados na pesquisa mais recente do Firjan tem como ano base 2016. E como já havia sido tabulado em outras pesquisas de desenvolvimento municipal do Firjan, o quesito Saúde foi o que apresentou maior índice: 0,914. Apesar da nota alta, o valor é mais baixo do que o de 2012, quanto Torres pontuou 0,9869 e ficou com o 7° melhor índice de saúde do RS (e um dos 30 melhores do Brasil).
Mas o índice na qual Torres vem efetivamente (e de forma contínua) melhorando sua colocação é o de Educação: marcando 0,879 pontos, o resultado da educação vem progressivamente melhorando desde 2006 (quando o índice do município era de 0,723).
Já no quesito Emprego e Renda, a cidade trilha um caminho oscilante: marcou 0,66 pontos nesta mais recente pesquisa do Firjan, o que representou melhora significativa em comparação ao índice de 2015 (quando Torres teve índice de 0,615 nesse quesito). Entretanto, em 2014 o valor torrense consolidado em emprego e Renda era de 0,75, e chegou a ser de 0,78 em 2012.