Dono de um estilo que junta bom posicionamento e velocidade com explosão e qualidade nas manobras aéreas, o cearense Michael Rodrigues, de 25 anos, chegou a elite do surf mundial em 2018 – competindo por dois anos com os melhores da WSL (World Surf League, em português Liga Mundial de Surf).
E neste mês de maio, o atleta – que vive em Florianópolis – aproveitou o fato das competições do surf mundial estarem suspensas (em função da pandemia pelo Covid-19) para pegar umas ondas em picos mais próximos de casa. E indicado por amigos, acabou chegando em águas gaúchas, onde foi presenteado com altas ondas tanto em Torres como em Atlântida. Vários registros de tubos, aéreos e outras manobras de impacto do atleta profissional foram registradas, compartilhadas e comentadas nas redes sociais. Ao mesmo tempo, surfistas e simpatizantes do esporte se perguntavam sobre as razões para a presença de Michael Rodrigues em nossas águas gaúchas – questão que levou o jornal A FOLHA a contatar o atleta. Michael Rodrigues nos concedeu uma breve entrevista respondida na noite desta terça-feira (26). Confira a seguir!
Entrevista com MICHAEL RODRIGUES
Surfista profissional, ex-top da WSL
A FOLHA – Os registros de você surfando em Torres e Atlântida foram bastante comentados e celebrados nestes últimos dias. Esta foi a primeira vez que você surfou no litoral gaúcho? O que achou da experiência com nossas ondas?
Michael Rodrigues – Foi a segunda vez na verdade, estive aqui uns anos atrás e não tive tempo de conhecer Torres e o litoral do RS como estou conhecendo agora. Tem sido incrível estar todo esse tempo aqui, tem onda boa todos os dias e os gaúchos tem me recebido muito bem.
A FOLHA – Qual foi a sua motivação para vir surfar no litoral gaúcho nessas últimas semanas? Indicação de amigo ou algo do tipo?
Michael Rodrigues – Quando liberaram a pratica do surf em Florianópolis, começou a pesca da tainha, com isso muitos “picos de surf” são fechados. Então fica mais difícil de encontrar um lugar bom pra treinar com poucos surfistas na água…. e como a maioria dos meus melhores amigos são gaúchos, eles resolveram me levar para uma surftrip no RS. Chegando por aqui tive a sorte de surfar um dia clássico em Atlântida e outros dois dias perfeitos na Praia da Cal, voltei pra casa depois disso por menos de 48 horas, pois o Ramon (local da Cal) me enviou um video do dia seguinte perfeito e eu não estava la!(risos). Peguei minhas pranchas e voltei para pegar um “swell”que estava encostando no litoral gaucho, afim de conhecer um pouco mais das praias daqui…. estou por aqui desde então, não sei explicar, mas as ondas não pararam ate agora!
A FOLHA – Como as etapas do QS (Qualification Series, em português Séries de Qualificação) estão temporariamente suspensas em função do COVID-19, como será o seu planejamento em relação ao surf para os próximos meses?
Michael Rodrigues – Meu planejamento segue igual: junto a minha equipe estou treinando todos os dias, em todas as condições de ondas possíveis e testando meus equipamentos. Isso para que, quando iso tudo voltar ao normal, eu esteja pronto e confiante para competir as etapas do QS e voltar a elite do surf mundial – que tem sido meu foco desde o final do ano passado.
A FOLHA – Você pretende retornar para surfar novamente em Torres em outra oportunidade?
Michael Rodrigues – Sim, devo voltar muitas vezes com minha equipe e amigos! Estou gostando de estar por aqui e das ondas que tenho encontrado. Parece um ótimo lugar para fazer uma pré-temporada, então com certeza estarei de volta (às ondas de Torres e região)!
