Vendedores e ‘artistas de sinaleira’ em pauta na sessão da Câmara de Torres

Vereador Tubarão criticou a liberdade atual e sugeriu trabalho da Ação Social para minimizar o problema. Base aliada do governo responde (e critica Tubarão)

No ano passado e retrasado ( foto), principalmente com a proximidade do verão, 'artistas de sinaleiras' chegam em Torres, fazendo rápidas apresentações (e pedindo cachês espontâneos)
18 de novembro de 2019

Na sessão da Câmara dos Vereadores de Torres realizada na segunda-feira (dia 11 de novembro), entrou em pauta durante os pronunciamentos o assunto relativo a presença de vendedores de sinaleiras, que têm aumentado na cidade, assim como os artistas se apresentando (e pedindo cachês espontâneos junto as sinaleiras). Críticas à presença destes “trabalhadores de sinaleira” foram feitas nos discursos de vereadores de oposição, mas explicações e justificativas sociais ao fenômeno social também foram dadas por outros vereadores.

Tubarão acha que falta trabalho da Ação Social da prefeitura

O vereador Tubarão (MDB) foi quem começou a abordar o assunto. Para ele a cidade de Torres, acaba sendo depreciada em seu conceito turístico pelo aumento de “pedintes” e vendedores nas esquinas onde existem sinaleiras. Ele exemplificou citando uma cena de visitantes, já na entrada da cidade, sendo incomodados pelas abordagens. Conforme Tubarão, algumas dessas pessoas acabam até coagindo os motoristas em alguns casos. E o vereador defende sua crítica indicando que esse tipo de abordagem forçada nas sinaleiras faz com que turistas não voltem para a Torres (ou que não indiquem a cidade para amigos e familiares).

Para o mesmo Tubarão, esta falta de controle é causada pela pouca abordagem da equipe da Secretaria da Ação Social.  Ele acha que não existe uma política pública para encaminhar os pedintes e moradores de rua para suas cidades de origem (ou para suas famílias). Para se espelhar em soluções, ele deu como exemplo a cidade de Gramado, que não deixar que ‘se crie nas esquinas’ este tipo de atividade (de pessoas necessitadas pedindo nas ruas) – para que o foco seja bem receber turistas no município.

Das críticas ao problema social e as dificuldades na solução

A seguir, o vereador Ernando Elias (Rede), durante sua participação de tribuna da Câmara, defendeu o governo Carlos Souza neste tema. Mas ele defendeu o governo criticando o trabalho do próprio vereador Tubarão, se referindo à situação dos moradores de rua do governo municipal do MDB, de João Alberto Machado (entre os anos de 2005 e 2012).

Para Ernando Elias, Tubarão não conseguiu atacar bem o problema dos moradores de rua no período em que estava como Secretário da Ação Social (2009-2012), se referindo especificamente aos que moravam na Praça Getúlio Vargas. E Elias aproveitou a deixa e passou a criticar outras coisas do mesmo governo do MDB, numa posição (já repetitiva) de colocar em cheque as coisas ruins de governos passados comparadas ao governo atual.  E sobre a postura dos governos de Gramado, Elias disse que lá a colonização (alemã, como disse) “manda na cidade” e não leva em conta a necessidade dos mais pobres, o que para o vereador é injusto.

O vereador Rogerinho (sem partido) em seu pronunciamento também afirmou ser necessário um trabalho de regramento de pessoas que vendem ou pedem junto as sinaleiras. Ele lembrou que tem casos até de entidades fora de Torres que vêm para a cidade pedirem ajuda para suas causas sociais (algumas as quais sequer se sabe se realmente existem). Além do risco de turistas e moradores locais estejam sendo ludibriados, Rogerinho também concorda que estas atividades de esquina diminuem o tamanho do conceito turístico de Torres.

A vereadora Gisa (Progressistas) lembrou que ter uma política pública constante para tratar da questão já faz parte de pedidos locais há tempos. O vereador Fábio da Rosa (Progressistas), líder do governo na Câmara, afirmou que o problema de pedidos de ajuda ou de vendas desorganizada nas esquinas/sinaleiras se trata de um problema social e que não é só da prefeitura a responsabilidade – mas  também das esferas públicas federais, estaduais e até da própria sociedade como um todo.

O vereador Jeferson dos Santos (PTB), cujo partido é o mesmo da secretária de Ação Social, também procurou tirar da prefeitura a culpa pelo aumento de pessoas pedindo nas esquinas/ sinaleiras ou morando nas ruas em Torres. De certa forma o vereador petebista também deu a entender que o vereador Tubarão (o qual colocou o assunto em pauta) não teria tido resultados neste tema em sua administração na secretaria de Ação Social (entre os anos 2009/2012).

A seguir, Jéferson também colocou a culpa das mazelas sociais na crise da sociedade em geral. Defendeu o governo Carlos, citando também as ações em prol do Turismo na cidade (Balonismo, Iluminação, Canteiros, Morro do Farol) e lembrou que muitos que criticam acham que as prioridades não deveriam ser para o Turismo e sim para causas sociais, mas a seguir criticam falta de olhar turístico pela atual administração, sugerindo que isto seria uma incoerência.

 Tubarão responde aos ataques 

O vereador Tubarão, a seguir, utilizou mais uma vez a tribuna para uma réplica – por ter sido citado e criticado em discursos de colegas (um direito previsto nas regras das sessões da Câmara). E em sua reposta lembrou que no período inicial do governo do MDB (2005/2008), sequer havia sinaleiras nos locais onde hoje há as reclamações atuais.  E a seguir rechaçou o ataque ao seu trabalho, afirmando que quando estava como secretário da Ação Social da prefeitura (2009/2012), os moradores que não foram retirados da Praça Getúlio Vargas eram pessoas locais, de Torres mas que não queriam ficar com suas famílias. Disse que, em seu período de gestão na secretaria, não havia nenhuma pessoa pedindo nas esquinas, afirmando que isto aconteceu porque “houve trabalho de não deixar que a atividade virasse moda”, trabalho este que teria sido feito por sua secretaria. E desafiou seus oponentes a apontar uma situação destas em seu período.


Publicado em: Turismo






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