Vereadores buscam regramento na interação com capivaras nas margens do Mampituba

Ponto polêmico é manter a convivência entre humanos e os animais silvestres sem riscos para ambas as partes

Placas já foram colocadas no local, para instruir pedestres sobre bom convívio com capivaras
12 de agosto de 2024

Na sessão da Câmara de Vereadores, realizada na segunda-feira (5 de agosto), uma das pautas elencadas por mais de um vereador nas participações de tribuna foi a questão da convivência entre animais e a cidadãos de Torres na borda do Rio Mampituba, por conta da  presença de vários grupos de Capivaras. Parte dos pronunciamentos foram elogios sobre a convivência harmoniosa que têm ocorrido com estes animais, servindo até como atração para turistas e moradores – mas também houve pedidos de providências perante os impactos e riscos que esta relação homem e capivara pode simbolizar.

O primeiro vereador a tocar no assunto foi Cláudio Freitas (Republicanos).  Ele elogiou a revitalização da Rota Gastronômica de Torres, entregue pela prefeitura neste ano de 2024, incluindo a coincidência da possibilidade de as pessoas poderem apreciar manadas de capivaras junto as vias locais. Mas a seguir reportou a reclamação de turistas e moradores sobre o aumento de fezes dos animais, que estariam ficando no meio de calçadas em alguns casos, o que causa cheiro e desconforto à pedestres.

Entre precauções e medidas preventivas

O vereador Gimi Vidal (PP) pediu espaço no pronunciamento do colega para fazer mais alertas sobre os impactos da presença destes animais. Salientou sobre risco da passagem de doenças que podem eventualmente ser transmitidas (Como raiva e leptospirose), incluindo o problema das fezes das capivaras, assim como sobre a lembrança que se tratam de animais silvestres e não “pets”, como alguns parecem imaginar – ao chegarem parte e tocarem nos bichos (conforme observação de Gimi).  O contato indireto também gera um risco potencial, já que a capivara pode abrigar o carrapato-estrela, um vetor da febre maculosa.

Já o vereador Rogerinho (PP) – também a pedido e também durante o pronunciamento do colega Cláudio Freitas sobre as capivaras – comunicou que estaria inclusive elaborando um pedido formal a municipalidade, através de Indicação (outro instrumento parlamentar formal), para que seja providenciada a possibilidade de colocação de uma cerca baixa, entre o rio Mampituba e as calçadas, para quem sabe induzir a um espaço de tráfego das Capivaras diferente do espaço dos pedestres.

Mas o pedido original formal colocado pelo vereador Cláudio Freitas em sua movimentada manifestação de tribuna, foi de a prefeitura editar algum programa municipal para trabalhar na manutenção e cuidados, frente a presença das capivaras na urbe do entorno do Rio Mampituba  e as condições de segurança e sanidade  destas, perante os seres humanos que ali transitam.

 

Imagem: Divulgação Google

Um pouco mais sobre as Capivaras

A capivara é o maior roedor do mundo e uma espécie sul-americana de hábitos sociais, ou seja, sempre está em bandos, geralmente familiares, associados a ambientes aquáticos e semiaquáticos. Ela se alimenta sobretudo de gramíneas, entre outros vegetais, e também compõe uma base alimentar muito importante para grandes carnívoros. Por isso, próximo aos meios mais urbanos (sem predadores naturais) acabam se reproduzindo e aumentando a população.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a principal ameaça a esses animais ocorre pela caça para obtenção de carne e pele, além de seu uso como isca para presas maiores. Depois, vem a restrição de seu espaço natural pelo desmatamento e expansão das cidades.

 


Publicado em: Política






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