Na sessão ordinária da Câmara dos Vereadores de Torres realizada no dia 8 de abril, dois vereadores da oposição questionaram o mesmo tema – relativo a atual gestão da prefeitura de Torres. Em seus pronunciamentos, o vereador Carlos Tubarão (MDB) e o vereador Marcos Klassen (MDB) criticaram de forma contundente o formato e o custo de um contrato de terceirização de trabalho operacional feito pela municipalidade.
Marcos levantou o assunto como uma espécie de desperdício do dinheiro público. Em seu espaço de tribuna, ironizou afirmando que algumas atitudes da administração municipal acabam efetivamente “não deixando que sobre dinheiro para as demandas da cidade em todas as áreas”. É que a prefeitura, conforme cálculos de seu gabinete, realizou uma renovação de contrato com empresa que contrata auxiliares de serviços gerais, cozinheiras, equipe de limpeza urbana e atendentes. Ele teria sido feito com valores anuais que passam dos R$ 5 milhões. Seu gabinete dividiu o valor total do contrato pelo número de funcionários que trabalham em Torres para este mesma empresa e chegou a um salario MENSAL de R$ 4.079 por trabalhador, quando na prática a informação dá conta (também conforme cálculo de Marcos) que o salário médio é de R$ 1.300. Ele chegou, então, a um “ágio bruto” (diferença de valores) de R$ 2.800 por funcionário.
Tubarão compara com Frente Emergencial de Trabalho
O vereador Tubarão a seguir falou sobre o mesmo assunto, mas de uma forma mais contundente. Ele também questionou o valor de mais de R$ 5 milhões anuais para pagar serviços operacionais. Mas fez uma comparação mais simples e qualitativa. É que estão sendo contratados, conforme levantamento do gabinete, 27 novos funcionários para fazerem limpeza urbana.
Tendo isso em conta, o vereador primeiro relacionou os valores do salário médio pago pela empresa terceirizada em relação aos valores de mercado. E a seguir ainda indagou: “Por que contratar 27 pessoas com salários bem acima do mercado se temos o projeto das Frentes Emergenciais de Trabalho, que paga um salário mínimo para os trabalhadores além de dar emprego para pessoas necessitadas?”.
A Frente emergencial de trabalho é um programa criado ainda no governo do MDB em Torres (que geriu a cidade entre 2004-2012) e que tem sido continuado nos governos posteriores, inclusive no do atual prefeito Carlos Souza. Trata-se de um recrutamento feito com bases em vulnerabilidade social de moradores de Torres, os quais são contratados para fazer capina e limpeza urbana nas ruas de Torres. Os recrutados recebem ajuda de custo de um salário mínimo, além de cesta básica e auxílio para alimentação.