Na última sessão da Câmara Municipal de Torres, realizada na segunda-feira, dia 2 de abril, a questão dos dois assassinatos (execuções) acontecidos no final de semana (1°/04) anterior na cidade, em plena Avenida Beira-Rio (as margens do Rio Mampituba) acabaram sendo um dos principais assuntos dos pronunciamentos. Só que foram justamente os vereadores do PMDB – mesmo partido do governador Ivo Sartori, no RS – que se pronunciaram contra a atual situação da segurança pública em Torres. Os edis da base aliada do governo Carlos Souza (PP) sequer falaram no assunto.
Cobrança forte do governo Sartori
Em seu pronunciamento, o vereador Gimi Vidal (PMDB) lamentou que mesmo sendo admirador do atual secretário de segurança do RS, Cezar Schirmer, teria de admitir que a segurança pública no Estado está com problemas, principalmente no que se refere a Torres e ao Litoral Norte.
Ele se referiu ao caso acontecido no final de semana, onde dois jovens foram executados em plena Avenida Cristóvão Colombo, na beira do Rio Mampituba. “As ordens dadas ao BOE (Batalhão de Operações Especiais), que foi encaminhado para Trabalhar em Torres durante o feriado, foi de trabalhar no centro e durante o dia. À noite, a ordem era que descansassem. Como pode no final de semana de feriado a segurança do município ser feita com UM veículo apenas? Não dá”, reclamou o vereador.
Gimi acha que TODOS os governadores trataram e ainda tratam TORRES como um quintal dos veranistas no verão. “É uma vergonha o descaso que o estado tem como Litoral Norte. Capão da Canoa tem o maior índice de homicídio proporcional e mesmo assim o litoral é deixado de lado no inverno”. Lamentou o vereador. Gimi também afirmou que ele e o Consepro (Conselho de Segurança de Torres) vão cobrar forte do governo e da BM sobre o efetivo extra de mais 10 policiais prometido para Torres desde o ano passado. E, se necessário, o vereador anuncia que o Conselho de Segurança local irá parar de doar equipamentos e recursos para a polícia – até que a mesma mostre resolutividade nas ações de segurança da cidade.
Para Tubarão, Resposta deve vir da cidade
Já o vereador Carlos Monteiro ‘Tubarão’ (PMDB) demonstrou a mesma sensação do colega Gimi sobre a falta de segurança, mas de certa forma desistiu de esperar que o governo estadual resolva. Ele lamentou as recorrentes capas de jornais locais que têm estampado assassinatos e outros eventos oriundos de falta de segurança em Torres e na região. “Tínhamos a sensação de segurança, mas hoje não temos mais. Dizem que são mortes do “mesmo time”, mas daqui a pouco pode sobrar para nós, que somos do outro time”, afirmou Tubarão, referindo-se ao fato de que a tese policial aponta que as execuções sejam resultado de briga entre gangues de traficantes da cidade, sugerindo que os atingidos podem ser também pessoas inocentes.
O vereador exemplificou a retirada dos salva-vidas como outra mazela que Torres sofre quando da dependência dos serviços de segurança do Estado (institucionalmente o dever do mesmo) e reclamou da passividade da cidade. “Nós temos que tentar (resolver) nós mesmos. Se o governador do Estado não ajuda, nós temos de agir aqui em Torres para enfrentar os problemas de segurança”, sentenciou o vereador peemedebista torrense.