Acusada de matar o companheiro e enterrar o corpo no pátio de casa vai a júri popular em Torres

O crime aconteceu no Município de Arroio do Sal, em 2016, mas os restos mortais do ex-companheiro foram encontrados em novembro de 2020 após denúncia anônima.

13 de janeiro de 2023

Está marcado para o dia 19/1, a partir das 9h30min, na Comarca de Torres, o júri popular de Leda Natalina Alves. Ela é acusada de matar seu ex-companheiro, Jonathan Martins de Almeida, 33 anos, e por ter mantido o corpo enterrado no quintal de sua casa, durante quatro anos. O crime aconteceu no Município de Arroio do Sal, em 2016, mas os restos mortais do ex-companheiro foram encontrados em novembro de 2020 após denúncia anônima. Durante este período, Leda, de 61 anos, alegava que Jonathan havia abandonado o lar e desaparecido.

A sessão será presidida pela Juíza-Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Torres, Marilde Angélica Webber Goldschmidt. Pelo Ministério Público atuará o Promotor de Justiça Rodrigo Berger Sander e, pela Defesa, o Advogado Vitor Hugo Gomes.

Conforme o Ministério Público, Leda responde por três crimes: homicídio qualificado por motivo fútil, cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e, também, por crimes conexos ao homicídio, de ocultação de cadáver e por falsidade ideológica. Leda Alves permanece presa preventivamente, desde 13/11/2020 no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Durante o julgamento serão ouvidas cinco testemunhas arroladas pela acusação. Pela Defesa, serão ouvidos dois informantes, cinco testemunhas e dois peritos.

 

Sentença de pronúncia

 

Por ausência de indícios suficientes de autoria, a Juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt impronunciou o segundo réu do processo. O corréu, homem de 47 anos, atual companheiro de Leda Alves, é acusado pelo Ministério Público pelo crime de ocultação de cadáver. A magistrada entendeu que, após os depoimentos no decorrer do processo, é possível crer que ele conheceu Leda após o crime, desvinculando, por assim, a prática delitiva a ele imputada. Devido a isso, impronunciou o réu destacando não haver indícios suficientes de autoria ou de sua participação. Na decisão, a magistrada ressaltou ainda que a impronúncia do réu não impede eventual renovação de exame de admissibilidade em caso de surgimento de outros dados probatórios que possa sustentá-la, não servindo os elementos de prova até então colhidos.

 

Sobre o crime

 

No final da tarde do dia 18/12/16, na Av. Medeiros de Quadros, em Arroio do Sal, após uma forte discussão, Leda Natalino Alves teria matado seu então companheiro Jonathan Martins de Almeida. Leda desconfiava de traições com outras mulheres e também não se conformava com o fim do relacionamento. Segundo o MP, Leda teria desferido diversos golpes na cabeça de Jonathan, com uma garrafa. Devido às graves lesões, Jonathan não resistiu e faleceu. Após, a acusada seccionou a cabeça e os membros da vítima. Com o objetivo de ocultar o crime, o cadáver foi enterrando no pátio de sua casa. Dias depois do crime, visando despistar a ação criminosa, Leda se dirigiu à Polícia Civil para registrar o desaparecimento de Jonathan. Após denúncia anônima recebida pela autoridade policial e posterior cumprimento de mandado de busca e apreensão – deferido pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Torres – o cadáver da vítima foi localizado, com a ajuda de cães farejadores. Na sequência, Leda confessou o crime para a polícia.

 

 


Publicado em: Justiça






Veja Também





Links Patrocinados