Finalmente o Cineclube Torres, recentemente agraciado em Torres com o prêmio trajetória cultural no edital da Lei Paulo Gustavo e premiado pelo Edital Federal de Pontos de Cultura Sergio Mamberti, vai ter a possibilidade de retomar a sua programação continuada.
A última sessão do Cineclube Torres havia ocorrido em maio de 2022, no Museu Histórico de Torres (museu que, desde o mesmo maio de 2022, encontra-se fechado, por problemas estruturais). “Em ausência de disponibilidade de um espaço público e sem qualquer perspectiva real quanto a isso, a solução foi montar uma pequena sala audiovisual equipada, com lotação limitada a 20/25 pessoas, num espaço gentilmente cedido pela escola Up Idiomas”, ressalta o idealizador do Cineclube Torres, Tommaso Mottironi.
A sala está localizada junto à escola, com acesso direto pela calçada, na Rua Cincinato Borges n. 420, quase esquina com a Rua Manuel Fortunato de Sousa, e será denominada “Sala Audiovisual Gilda e Leonardo”, em homenagem a um casal cineclubista, originário do Chile que marcou a história da associação cineclubista ao longo da última década, Gilda Contreras e Leonardo Orozco (este último in memoriam).
Retorno com Ciclo de Filmes de Expressão Ibero-Americana
As atividades do Cineclube Torres recomeçarão no dia 4 de março às 20 horas (a tradicional segunda cineclubista) com a sessão inaugural de mais uma edição, a 10ª, do Ciclo de Filmes de Expressão Ibero-Americana.
O filme de abertura, alusivo ao 8 março, Dia Internacional da Mulher, é o filme brasileiro “Em Três Atos” dirigido por Lúcia Murat, da qual já exibimos em passado várias obras, um filme que mistura ficção e não-ficção contando a história de duas bailarinas, com Nathália Timberg e Andréa Beltrão narrando poemas de Simone de Beauvoir.
Pela crítica (Leonardo Ribeiro do Papo de Cinema) “Com o auxílio de um ótimo trabalho de edição e fotografia, o jogo experimental da cineasta ganha em naturalidade e encantamento”, nisto lembrando outro filme da Lucia Murat, Que Bom Te Ver Viva (1989), sobre o trauma da ditadura militar brasileira.
Nesta obra o tema é diferente, Maria Alice Poppe e Angel Vianna dão vida a duas bailarinas, uma está no auge de sua carreira e a outra aos 85 anos, elas ensaiam passos de dança contemporânea em uma atmosfera que narra os processos de vida e morte e o encarar o ato de envelhecer.
O ciclo de filmes, exibidos sempre nas segundas-feiras até final de abril, prevê 11 filmes, alternando filmes brasileiros a filme de países latino-americanos e representa a décima edição de uma mostra que tradicionalmente ocupa a programação de verão do cineclube desde o início das atividades. “Desde 2012 o Cineclube Torres afirma com esta programação especial a importância da reflexão sobre a complexa identidade cultural Ibero-Americana, particularmente interessante no Rio Grande do Sul, um lugar de confluência e de síntese das diretrizes fundamentais que compõem esta peculiar expressão cultural e fílmica” afirma Tommaso.
A organização das sessões é do Cineclube Torres, Associação sem fins lucrativos, Ponto de Cultura pela Lei Cultura Viva, em atividade desde 2011, contando com a colaboração e o patrocínio da Up Idiomas Torres.