Associação de agricultura ecológica da região de Torres celebra 30 anos produzindo benefícios ambientais

De acordo com pesquisas do Instituto Rodale, nos Estados Unidos, diversas práticas conferem à agricultura ecológica a capacidade de capturar dióxido de carbono da atmosfera e retê-lo no solo.

3 de novembro de 2021

Domingo, 31 de outubro de 2021. na Escócia, líderes de 200 países começaram a discutir, na 26ª Conferência do Clima, o que fazer diante das mudanças climáticas. A mais de 10 mil quilômetros dali, no litoral norte do Rio Grande do Sul, 20 famílias da Associação dos Colonos Ecologistas da Região de Torres (Acert) também se reuniram, mas para celebrar 30 anos produzindo em cultivos que armazenam, no solo, gases de efeito estufa responsáveis pelas mudanças climáticas.

De acordo com pesquisas do Instituto Rodale, nos Estados Unidos, diversas práticas conferem à agricultura ecológica essa capacidade de capturar dióxido de carbono da atmosfera e retê-lo no solo. São pesquisas revisadas por pares, isto é, avaliadas por outros especialistas que não fizeram parte do estudo, e por observações de agrônomos de todo o mundo. Segundo esses pesquisadores, a transição para a agroecologia pode sequestrar mais de 100% das atuais emissões humanas de CO2.

 

Legado

Apesar da relevância deste ponto no atual cenário de emergência climática, o professor de Agroecologia no Instituto Federal Catarinense André Luiz Gonçalves, pensa que o legado da Acert vai além sequestro de carbono. “É um exemplo mais amplo de que é possível construir outras formas de produção e comercialização”.

Já o agrônomo Laércio Meirelles, pensa que as famílias da Acert podem se orgulhar do trabalho desenvolvido desde 1991. “São 30 anos sem usar agrotóxicos, sem usar adubo químico, sem usar transgênicos, produzindo saúde pra natureza, pra eles e pra quem consome. São famílias que não contribuíram para a profunda crise ambiental pela qual estamos passando, que tem seu lado hoje mais visível na emergência climática”.

Em abril de 1991, junto com o também agrônomo Jorge Vivan (Im Memoriam), Láercio foi um dos instrutores do primeiro curso do Centro Ecológico na região. Em 2 de novembro daquele ano, jovens lideranças da Pastoral da Juventude Rural da Igreja Católica que participaram do curso, começaram a organizar a Acert, primeira associação de agricultura ecológica do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.


Publicado em: Meio Ambiente






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