Você conhece a Itapeva? A praia, o parque, o bairro?
Conheço a Itapeva desde muito tempo. Meu pai comprou, há mais de 50 anos, um terreno no lugar conhecido como Capão da Farinha, era um pedaço de terra desmembrado das terras do seu “Varneí” (que possuía muitas terras nessa área). O terreno que nós chamávamos de Chácara (e até hoje é assim), era repleto de árvores de diversos tipos e muita mata nativa, ou o que tinha sobrado dela, pois tinha também eucaliptos e pinheiros. A estrada que cruza o lugar dos dois lados é a Estrada dos Cunhas, e que por incrível que pareça contorna as laterais e se une na esquina se transformando em uma única via. Ainda hoje há uma confusão de nomes para esta mesma via, no Google aparece como estrada do cemitério, estrada do camping e até estrada das piscinas.
O fato é que vi esse bairro crescer e de repente o nome Capão da Farinha desapareceu e todos chamam o lugar de Itapeva. De meia dúzia de casas, um aumento surpreendente a ponto de não saber mensurar. O loteamento da Itapeva, nesta época, era apenas um projeto malsucedido e parecia que nunca iria dar certo. Hoje, eu nem reconheço mais o lugar, assim como a lagoa Jardim que perdeu mais de um terço do seu tamanho para dar lugar a várias casas de moradia ou de veraneio. Hotéis, pousadas, restaurantes, lanchonetes, padarias, comércios de vários tipos, onde antes existia só o armazém do “Pingo”.
Já que muita gente, morador de Torres ou visitante, não conhece a Itapeva (praia/parque/bairro), vou tentar mostrar um pouco do que sei e do que encontrei sobre este lugar multifacetado que está atraindo cada vez mais torrenses e pessoas de outras regiões do estado do RS.
Iniciaremos pela Praia da Itapeva. Há bem pouco tempo era comum os frequentadores irem a essa praia (principalmente no verão) com seus carros e passarem as manhãs e tardes. Mas o mau uso do espaço fez com que os administradores do Parque proibirem essa circulação pelos seis quilômetros da praia. Ela é, literalmente, o início dos 618 quilômetros de litoral gaúcho, que é basicamente praia e faixa de areia se repetindo até chegar no Chuí. Apesar da aparente monotonia, a conhecida praia de Fora, é um lugar tranquilo para desfrutar com a família longe do tumulto de praias mais movimentadas.
O Parque Estadual da Itapeva, conhecido como tal, é um pouco recente, não o lugar, mas a reserva. A proteção do local aconteceu em 1971 quando se criou o complexo turístico de Torres do Parque da Guarita até a Lagoa de Itapeva, mas somente em 2002 é que o parque se tornou uma unidade de conservação integral aliada ao turismo sustentável. O Parque Estadual de Itapeva é uma das unidades de preservação ambiental de maior importância do estado do Rio Grande do Sul, tendo uma área aproximada de mil hectares, seu ecossistema abrange a Mata Atlântica, onde é possível encontrar dunas, mata restinga, áreas alagáveis e mata paludosa (floresta formada sobre solos úmidos).
É possível conhecer melhor através de trilhas guiadas pelo local, que com um pouco de sorte você pode cruzar pelo famoso sapinho-de-barriga-vermelha (rã de dois centímetros de comprimento) ou a lagartixa-das-dunas (lagarto que habita ambientes arenosos e possui cor similar à areia), espécies ameaçadas de extinção.
E por fim, o bairro. Fazendo parte ou margeando o parque, o bairro de Itapeva ou da Itapeva, está em franca expansão. Muitos trabalhadores da cidade estão migrando para este bairro, principalmente pela proximidade do centro e pelos preços dos terrenos. O aumento dessa população criou oportunidades de negócios no local, surgindo todo o tipo de comércio e prestação de serviços. O que leva a trazer mais pessoas num ciclo contínuo: mais pessoas, mais negócios, mais casas, mais comércio, mais serviço, mais pessoas…
Se você ficou curioso, vá até a Itapeva e descubra melhor esse local bem pertinho da cidade e que muita gente ainda não conhece!
FONTES: https://www.sema.rs.gov.br/itapeva; Site Prefeitura Municipal de Torres; Site Descubra Torres.
