Um antigo livreto (com muitas curiosidades) sobre Torres…

O livreto,  Memória histórica, estatística e geográfica do Município de Torres, é uma relíquia publicada pela Intendência Municipal no ano de 1911 com muita informação sobre a região naquele momento da história. Esta coluna foi elaborada graças ao trabalho incansável do amigo Tommaso Mottironi na busca e preservação da cultura e dos documentos históricos de Torres e região.

23 de setembro de 2023

Esta coluna foi elaborada graças ao trabalho incansável do amigo Tommaso Mottironi na busca e preservação da cultura e dos documentos históricos de Torres e região. Ele teve a iniciativa de disponibilizar um livreto digitalizado a partir de um exemplar custodiado na Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e colocar ao acesso de qualquer pessoa com um simples clique.

O livreto,  Memória histórica, estatística e geográfica do Município de Torres, é uma relíquia publicada pela Intendência Municipal no ano de 1911 com muita informação sobre a região naquele momento da história. O livreto contém, além das informações históricas, estatísticas e geográficas, muitas curiosidades, destas, destaquei algumas que reproduzo a seguir.

Iluminação pública: Foi inaugurada em 12 de outubro de 1903, a iluminação pública à petróleo na vila de São Domingos das Torres.

Morte do Presidente: O intendente João Pacheco de Freitas decretou luto oficial por oito dias no município pelo falecimento do patriarca republicano e “incomparável patriota” Júlio Prates de Castilhos no dia 24 de outubro de 1903.

População: A população total do município era de menos de 7 mil pessoas, sendo exatos 6.975, 3.850 no primeiro distrito, e 1.742 no segundo distrito. Destes, mais 1000 famílias de origem portuguesa e alemã, e algumas de origem italiana.

Logradouros: Na vila existiam duas praças, a Júlio de Castilhos e a Marechal Floriano Peixoto; dez ruas e (o mais curioso) logradouros de pastagem/matos e de aguadas.

Porto das Torres: Depois da tentativa na época do Império, ainda se falava da implantação do porto na cidade. Em uma sessão na câmara municipal do dia 15 de março de 1879, o presidente, vereador tenente-coronel Manoel Fortunato de Souza, propôs enviar à assembleia Geral um memorial pedindo a abertura de um canal do rio Mampituba ao oceano Atlântico no meio das duas torres, o que foi aprovado por unanimidade pelos vereadores. “Impõe-se com uma necessidade imprescindível e inadiável, sob pena, se não fizermos o quanto antes, de sofrermos as piores consequências, como não ignoram aqueles que conhecem o nosso movimento evolutivo.”  Ufa, não conseguiram e não sofremos as consequências graves profetizadas.

Indústria: A principal indústria do município era a aguardente fabricada de cana de açúcar. A cana de açúcar também era base para a fabricação de açúcar ordinário e rapaduras, que eram feitos pelos métodos mais simples, sem utilização de máquinas industriais. Quase toda a produção, cerca de 3.000 pipas, era exportada para Porto Alegre e para a região serrana.

Agricultura: Os principais cultivos deste período além da cana de açúcar, eram banana, mandioca, videira, feijão, milho, arroz, batata, amendoim, café, fumo e algodão.

Aguardente: Além dos altos impostos estaduais para a venda da aguardente, nos anos de 1904 a 1906 houve uma grande seca no município e nos anos de 1906 a 1908 uma praga de gafanhotos invadiu as roças de cana de açúcar, debilitando a já complicada vida dos produtores de aguardente.

Chapéus: Achei um dado interessante, o chapéu de palha de butiá fazia parte da atividade econômica da época, estava até na estatística. No ano de 1909 foram exportadas 84 dúzias do chapéu de palha de butiá para a capital do estado.

Guarda Nacional: Por decreto do governo da União, em 4 de novembro de 1901 foi criada a 27a. Brigada de Infantaria da Guarda Nacional, composta por três batalhões da ativa e um da reserva. O cidadão João Pacheco de Freitas, foi nomeado para comandá-la no posto de coronel. E assim surgiu o nome Cel. Pacheco, que hoje conhecemos como rua em nossa cidade.

 

Fonte: Site Rede Cultura Torres.

Memoria historica, estatistica e geographica do Muncipio de Torres – 1911




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