VELHO ANO NOVO EM TORRES – Um pouco de história e opinião

"Como será que começou essa história de comemorar o ano novo com fogos de artifícios? Aqui em Torres eu me lembro vagamente desse início" (por Roni Dalpiaz).

FOTO - Show de fogos em Réveillon recente em Torres (FONTE - Prefeitura de Torres)
15 de janeiro de 2024

Como será que começou essa história de comemorar o ano novo com fogos de artifícios?

Então, a festa de ano novo tem sua origem anterior ao cristianismo, sendo geralmente atribuída à Mesopotâmia, em 2000 a.C., remetendo a algo como o “Festival de Ano Novo”. Persas, fenícios, assírios e gregos, desde tempos remotos, também realizavam suas celebrações de passagem de ano. A origem dos fogos de artifício remonta há mais de 2 mil anos, quando era costume dos chineses utilizar o chamado “fogo químico” na ponta de seus bambus, com o intuito de afastar todos os espíritos malignos durante a passagem do ano.

No Brasil, a primeira edição do evento aconteceu em 1980, no extinto hotel Meridien, naquela época, os fogos foram lançados do 39º andar do edifício, chamando a atenção de todos por ali. Dessa forma, diversos hotéis passaram a aderir à ideia, com o intuito de atrair mais turistas. Porém a grande festa na areia da praia só começou a ser feita na década de 90, quando a prefeitura do Rio de Janeiro decidiu incrementar a festança, adicionando além de um espetáculo de fogos, um palco para a realização de shows no momento da virada do ano.

 

Em Torres… 

 

Aqui em Torres eu me lembro vagamente desse início.

Na minha lembrança (remota) me vejo caminhando pela parte alta da cidade, entre antigos edifícios, o da antiga sede da SAPT, dos antigos casarios da José Picoral, indo rumo à Praia Grande. Da parte alta dos edifícios, os moradores jogavam bexigas d’água, ou baldes d’água nos passantes, era meio que tradição, naquela época. E todos passavam nestes lugares já esperando um banho, talvez para entrar no ano novo livre dos desprazeres do ano que passou. Não havia fogos de artifícios encomendados, os fogos eram dos próprios moradores que, aleatoriamente, explodiam nos céus de Torres sem nenhum sincronismo. Na verdade era tudo espontâneo.

Não lembro exatamente a data quando isso começou, mas, certamente, fazem mais de 40 anos. Aos poucos a gestão municipal foi procurando organizar essa festa, que em alguns momentos virava um grande tumulto, e ao longo dos anos moldou o que hoje vemos como a festa da virada na cidade.

Essa tal organização durou poucos anos. A consolidação da festa da virada tornou a cidade de Torres um dos principais destinos dos turistas gaúchos e de outros estados e até países, fazendo com que um público de poucas centenas de pessoas passasse rapidamente para 50 mil e chegasse a mais de 500 mil. E o caos inicial de poucas pessoas nos anos 80, se transformou em um caos ainda maior nos anos de 2020.

O fechamento de algumas ruas em Torres, principalmente as próximas ao mar, por um lado facilitou a aglomeração organizada das pessoas…  mas, por outro lado, complicou ainda mais o já confuso trânsito nesta área e no resto da cidade.

Penso que a cidade chegou (já há algum tempo) em seu limite. Chegou o momento de se repensar essa festa. Será, realmente, necessário este excesso de pessoas na cidade neste dia? Essa quantidade de pessoas vem para cá só para ver os fogos da virada do ano? Ou eles vêm para ficar nos hotéis, pousadas e casas de aluguel? Eles realmente utilizam os serviços da cidade, ou apenas deixam restos a serem limpos no dia seguinte?

Será que com uma menor quantidade de pessoas não poderíamos oferecer serviços melhores? Será que os hotéis, pousadas e casas de aluguel também não lotariam? Será que o trânsito na cidade não teria um melhor fluxo? Será que os mercados da cidade não lucrariam da mesma forma?

São perguntas que devemos pensar bastante antes de responder, mas que devem ser feitas (já com atraso).

 

Fontes: Site da Prefeitura de Torres, Site UOL.




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