Torres é conhecida como a capital do Balonismo, consagrada pelo Festival de Balonismo que ocorre há mais de trinta anos no município. As pessoas que moram ou visitam o município do litoral gaúcho já se acostumaram a voltar os olhos para o céu e se encantar com o colorido dos balões.
Mas este ano, mais especificamente no dia 30 de março passado, o que houve foi um evento nos céus de Torres. O voo inédito teve inicio ás 4h da manhã. A Piloto e Presidente da Confederação Gaúcha de Balonismo, Laís Pinho, festejou o seu aniversário de 28 anos e os 15 anos da Pinho Construtora, empresa da família Pinho, de uma maneira bastante audaciosa…. em um evento até então único!
Laís, sua amiga Vanessa Rockenbach e o paraquedista Sabiá fizeram um voo que durou cerca de uma hora e meia, só que eles estavam no topo do balão e não dentro do cesto! Um balão que, aliás, era bem maior do que os que convencionalmente vemos em Torres.
A Preparação para o Voar no topo do balão
O evento – vamos tratar assim,porque realmente foi um evento que envolveu três balões (Incluindo um bem maior que os outros, onde a experiência ocorreu) ,três pilotos,três paraquedistas, Dj, dois pilotos de drone, fotógrafos e ainda os convidados – demorou dois meses para se concretizar. “Outros balonistas já tiveram esta ideia. Isto acontece mundo a fora, mas é a primeira vez que é feito o registro de três pessoas no topo do balão”, contou Laís .
O Sabiá já tinha feito algo do tipo no Desafio do Faustão, onde ele e a Adriana Bertolini subiram no topo do balão. E este sonho de voar em cima do balão já existia na imaginação da piloto. “No início ouvi muitos ‘não’. Eu já vinha colhendo informações com pilotos ,com meu pai (que também é piloto), com meu instrutor e com o Sabiá. Tínhamos que preparar o balão com os ajustes de segurança. Planejar e projetar”, ressalta Laís.
“As questões de como seria o voo, quanto tempo teríamos para realiza-lo, as adaptações que tinham que ser feitas no balão, foi realizado por mim, pelo meu pai Reni Pinho e o Mauro Chemin, que é meu instrutor e construtor de balões .A parte técnica de forma de amarração, os equipamentos de segurança para nos manter em cima do balão ficaram por conta do paraquedista e alpinista Sabia – ele nos amarrou com segurança no topo”, continua a balonista.
O Voo inédito na região (e suas sensações)
“Quando o balão ficou de pé (inflado), nós já estávamos amarradas em cima do balão. E subimos com ele, já devidamente amarrados O sabiá saltou de paraquedas; eu e a Vanessa ficamos lá”, falou Laís, que continua: “Lá em cima dançamos um pouco e brindamos com um espumante, ao som da música do DJ Monkeys. Estávamos em cima de uma prancha gigante de madeira”.
O evento foi filmado por quatro drones e a filmagem teve que ser feita com cuidado, para que eles não batessem uns nos outros, nem nos três balões e nos paraquedistas que também estavam ao mesmo tempo no céu de Torres. Esta ação da filmagem ficou a cargo do Márcio Torrez.
Para a balonista torrense é difícil transcrever a sensação única de voar em cima do balão. “Eu me senti no topo do mundo. Pude ver a imensidão do mundo. É muito diferente voar de dentro do cesto, onde a gente consegue olhar para baixo e olhando reto, não se tem uma visão limpa de 360º. No topo do balão era vista de 360º, não tinha nenhum obstáculo para o nosso olhar. Além disso, também teve o nervosismo para que tudo saísse certo afinal, foram três balões voando ao mesmo tempo, os drones, o voo tem um tempo para acontecer, têm horário para se cumprir. Era uma organização grande, a filmagem… enfim, deu tudo certo… e sensação de estar em cima do balão foi indescritível!”, afirma Laís.
“Saber que consegui colocar em prática tudo aquilo que sonhei! Foi mágico, um encontro com Deus”, terminou Laís, que ainda sonha em realizar novamente esta façanha.
Sobre Laís Pinho
Laís é natural de Torres, e foi a primeira mulher piloto de balão no Sul do Brasil e é a única instrutora de Balonismo do pais .Seu primeiro voo de balão foi aos dez anos ,quando a empresa de seu pai foi a patrocinadora do Festival de Balonismo daquele ano – e eles ganharam como presente um voo de balão. Nos anos seguintes, a piloto começou a participar ativamente nas equipes e um dia após completar 18 anos ,já estava com toda a documentação na ANAC, para tirar a licença para voar.
Atualmente Laís tem sido uma das balonistas mais competitivas nos campeonatos que concorre – chegando em alguns pódios e sendo um grande exemplo para o fortalecimento do balonismo profissional entre o público feminino.
