Construção civil de Torres trabalha com adaptações durante a pandemia do coronavírus

Setor retomou atividades em Torres buscando mitigar problemas econômicos e sociais causados pela paralização compulsória. Sindicil dá informações e opina sobre melhoras no setor

5 de maio de 2020

A indústria da Construção Civil em Torres já está liberada para trabalhar após as primeiras medidas mais radicais de Isolamento Social. Mas medidas de prevenção contra a Covid-19 também são obrigatórias para a atividade e estão sendo implementadas e tomadas nas obras e pelos trabalhadores. Conforme informa para A FOLHA o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil e Mobiliário de Torres, Dani dos Santos Pereira, os trabalhadores, em parceria com as empresas do setor estão com seus cuidados redobrados para que trabalhem durante a pandemia do Coronavírus. O mesmo sindicalista lamenta o fato da situação ter interrompido o ritmo acelerado que se encontrava o do setor em 2020, antes do anúncio das medidas de contenção da pandemia no país e na cidade. Mas lembra de que a saúde dos trabalhadores é essencial para o ambiente de trabalho, assim como a necessidade do uso de equipamentos de segurança e da definição de medidas especiais de prevenção.

Conforme informa o presidente do sindicato, no decreto de flexibilização que liberou o trabalho da Indústria e das atividades da Construção Civil em Torres consta uma espécie de protocolo para o espaçamento entre as pessoas no ambiente de trabalho. Não trabalhar em espaço confinados: a necessidade dos espaços de trabalhos serem ventilados, por exemplo, é um delas.  Trabalhadores com mais de 60 anos foram afastados e colocados em férias. Profissional que tem problema de saúde também não está trabalhando. E os demais foram instruídos para evitar aglomerações.

Para conseguir efetividade nestas várias medidas, as empresas têm aumentado o intervalo de trabalho e têm dividido os trabalhadores em equipes, para que haja menos chance de uma pessoa contaminada contaminar outra, já que está na mesma equipe.

 

Funcionários terceirizados sofrem mais

 

Após o decreto inicial da pandemia (em meados de março), o qual determinou a paralisação das construções privadas, as empresas associadas ou não a Actor (Associação dos Construtores de Torres) concederam férias coletivas aos funcionários num primeiro momento.  Na volta destas férias (retomada d trabalho), os acordos entre empregadores e empregados de Torres estão sendo sinalizados com a utilização dos instrumentos que constam no Banco de Horas planificado nas empresas, conforme o sindicato torrense.

Já os trabalhadores autônomos e informais, ligados a atividade sem vínculo direto, conforme informa o Sindicil “estão há mais de um mês sem trabalhar e sem renda”. O sindicato lembra que estes “estão mais preocupados com o pagamento das contas que continuam chegando”.

O pedreiro torrense Sidnei da Silva, por exemplo, reclama que, desde que chegou o novo Coronavírus, a demanda de trabalho tem sido complicada.  “Está difícil. O pessoal não está ligando nem para fazer orçamento, porque teme que as relações de trabalhos nas reformas tragam o vírus”, explica. Por isso, o trabalhador diz que a saída tem sido ficar dentro de casa durante a pandemia. Mas ele reclama que as contas não param. “Você tem que manter a vida andando, você tem que usar água, energia, cartão, e vai só tumultuando mais ainda”, diz. “Resta esperar o dia que Deus proverá essa cura dessa pandemia e que a gente possa voltar à vida normal e trabalhar”, sentencia Sidnei.

 

Fiscalização e conscientização pelas autoridades

 

O Sindicil, em suas rondas normais aos Sindicatos, tem notado que alguns trabalhadores de obras em Torres não estão tendo controle quanto ao uso de equipamentos de segurança (como máscaras) contra a contaminação pelo novo Coronavírus. O sindicato reclama que poderia estar havendo mais vigilância sanitária em Torres, no sentido de propiciar treinamento para estes trabalhadores. Por exemplo, Dani cita o mau uso (ou o não uso) do álcool em gel; cita a falta de uso de luvas em algumas situações.

“A preocupação do sindicato é justamente a quanto ao regime de Calamidade: o fato de os trabalhadores, além de laborar no canteiro de obras, terem que diariamente retornar para suas casas com o risco de transportar um vírus (por uma contaminação no trabalho), consequentemente podendo contaminar a família, os filhos. Isso gera tensão em alguns trabalhadores”, afirma Dani Pereira, presidente do Sindicil.  Ele pensa que a fiscalização poderia, além de treinar, alertar alguns canteiros de obras para que adotem medidas necessárias de higienização do espaço comum, de flexibilização da assinatura do ponto e de respeito ao limite de um ou dois metros de espaço entre um funcionário e outro.

 

Empreiteiras pequenas também sofrem

 

Os acordos permitidos neste momento de exceção permitem: Férias Coletivas, individuais, redução da jornada e dos salários, suspensão temporária de contrato de trabalho, banco de horas (cuja compensação seja feita em até seis meses), além da divisão de trabalhadores por turno, a fim de diminuir a quantidade de empregados ao mesmo tempo nas obras.

Mas, conforme informa o presidente do Sindicil, Dani Pereira, “as construtoras maiores vêm suspendendo a mão de obra terceirizada como uma das medidas para racionalizar as despesas em momentos de crise e de regras compulsórias maiores”.  E como a terceirização às vezes fica a cargo de pequenas construtoras (empreiteiras), estas estão com dificuldade de aguentar o choque causado pela pandemia, o que tem se tornado um dos problemas a serem enfrentados pelo sindicato de Torres nos próximos meses.

 

Setor estava se recuperando antes da pandemia

 

Conforme informa o Sindicil de Torres, o Setor da Construção Civil vinha sinalizando retomada das atividades deste o ano de 2019, após passar pela crise da economia brasileira dos anos de 2016, 2017 e 2018. Mas a crise do Coronavírus freou o movimento na região.

A Construção Civil é um setor intensivo em mão de obra, que ajuda qualquer ambiente econômico e social a retomar o desenvolvimento, gerando emprego e renda. Diante do pânico provocado pelo Coronavírus, empresas e representantes dos trabalhadores do setor firmam acordo para tentar reduzir perdas e preservar empregos, além de buscar benefícios dos programas emergenciais dos governos para amenizar os efeitos sociais da crise sanitária atual.


Publicado em: Saúde






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