Continua a negociação entre Sindicato dos Municipários e Prefeitura de Torres

Prefeito colocou a proposta de reajuste salarial em sessão da Câmara, entregando lei com os termos. Mas sindicato não concorda com valores e forma da apresentação, por isso servidores se mantém em Estado de Greve

Cerca de 150 pessoas votaram pela não aceitação da proposta do governo Carlos Souza, que já está nos ritos da Câmara Municipal  de Torres para ser votado
21 de fevereiro de 2022

Na noite de quarta-feira passada, dia 16 de fevereiro, uma nota do Sindicato dos Municipários de Torres (Simto) encaminhada para A FOLHA deu conta que os servidores da prefeitura se mantêm em Estado de Greve – por conta da já longa negociação entre a categoria e o governo municipal da prefeitura.  A mesma nota afirma que, em Assembléia Geral ocorrida na terça-feira (dia 15), cerca de 150 servidores votaram a favor da continuidade do Estado de Greve – em preparação para a entrada numa Greve geral – caso a prefeitura não modifique sua proposta de reajuste salarial e de reajuste do Vale Alimentação dos municipários.

 

Proposta sem negociação incomodou categoria

FOTO: Prefeito Carlos na Câmara

 

O sindicato afirma que a categoria acha que a o executivo municipal não demonstra interesse em negociar os termos do reajuste diretamente com o Simto, ao não esperar a contraproposta do sindicato para a sua proposta inicial, apresentada na sessão da Câmara dos Vereadores da segunda-feira (14), quando o Projeto de Lei foi apresentado na Casa Legislativa.

Na prática o prefeito Carlos Souza propôs pessoalmente (durante pronunciamento na Tribuna Popular da  sessão da Câmara de segunda-feira) que o reajuste fosse adotando conforme inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 10,37%, pagos em duas parcelas (metade em fevereiro – retroativo – e outra metade em Julho), além do reajuste de 50% do vale alimentação da categoria (que passaria de R$ 220,22 para R$ 330,33). O prefeito de Torres alega que  este é o impacto financeiro que a municipalidade poderia arcar – perante a Lei de Responsabilidade Fiscal – que limita o percentual máximo (54%) da Folha de Pagamento sobre o Orçamento das prefeituras.

Mas esta proposta (entregue por Carlos à Câmara torrense) foi recusada pelos cerca de 150 associados que se encontravam na assembleia do Simto, realizada na terça-feira (15). Os servidores, a seguir, também votaram a contraproposta do sindicato à prefeitura, onde os servidores solicitam a utilização de forma imediata do Índice Geral de Preços Médios (IGPM), que ficou medindo a inflação anual em 16,91% para ser utilizado para o reajuste dos vencimentos. E que aceitam os 50% do reajuste do vale alimentação proposto pela municipalidade, desde que haja o comprometimento de nos próximos três anos de mandato do atual prefeito, seu governo utilize o mesmo índice, tanto para o vencimento quanto para o reajuste do vale alimentação. Os servidores públicos alegam que faz dois anos que a categoria não tem reajuste e que este índice escolhido é mais adequado para sugerir as perdas de um ano do poder aquisitivo dos trabalhadores da prefeitura de Torres.

 

Estado de Greve e atenção à votação do PL na Câmara

 

A nota do Simto emitida para A FOLHA na quarta-feira encerra dizendo que a assembleia também decidiu intensificar o acompanhamento do andamento do Projeto de Lei na Câmara de Vereadores, uma vez que a casa legislativa deve ser também o reflexo dos anseios dos mais de 800 servidores do quadro da prefeitura.

Em resumo: o que fica é a  o aguardo do sindicato para que, a partir de uma resposta de prefeitura, seja formulada sobre a contraproposta dos servidores. E enquanto isto, a categoria se coloca estando ainda em Estado de Greve, lembrando o Estado de Greve não é greve em si (ou seja, o trabalho cotidiano prossegue), nem indicativo de greve (quando assembleia aprova uma previsão de data para início da paralisação). Trata-se do início de uma mobilização intensificada e fortalecimento da participação da categoria, para articular uma paralisação que deve ser votada em grupo (caso as demandas não sejam atingidas).


Publicado em: Economia






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