Críticas e defesa ao governo municipal em destaque nos pronunciamentos da Câmara dos Vereadores

Divida municipal, Plano Diretor, terminal portuário e Pandemia foram temas de opiniões - apimentadas pelo período eleitoral

Mesa Diretora com o presidente Fábio entre Rogerinho (esquerda) e Jacques (Direita)
24 de outubro de 2020

 

Na sessão da Câmara Municipal de Torres realizada na segunda-feira (19 de outubro), os posicionamentos dos vereadores foram restritos mais uma vez por ser período eleitoral – mas houve algumas exceções. Como desde o início das campanhas políticas a sessão não tem sido disponibilizada ao vivo nas Redes Sociais e rádio, alguns vereadores também resolveram sequer se pronunciar na tribuna da Casa Legislativa, mesmo tendo espaço disponível e nominado. Outros, por suas vez, utilizam-se de forma contundente da câmara.

As posições mais políticas na tribuna foram protagonizadas por vereadores que participam de chapas para concorrer a prefeito. São o caso de Carlos Tubarão (PDT) –  que forma chapa como candidato á prefeito tendo como vice a também vereadora Gisa Webber (PSD) – e do vereador Jeferson dos Santos (PTB), que é o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex- vereador Alessandro (MDB).

O vereador Pardal (Republicanos) não vai concorrer, nem a vereador nem às chapas para prefeitura. Portanto, também fica mais a vontade de ter algumas posições independentes e institucionais, mais voltadas para temas gerais da cidade e de oposição ao governo atual.

Justamente por esta situação, os pronunciamentos na última sessão da câmara foram mais de oposição, consequentemente de mais críticas à prefeitura, mesmo que todos eles tenham respeitado a lei que impede que seja feita campanha eleitoral na tribuna da Câmara. Mas também houve a defesa do governo municipal de Carlos Souza (Progressistas). Embora a base aliada tenha maioria, somente um vereador – o presidente da Câmara Municipal, Fábio da Rosa (Progessistas) – usou a tribuna para defender o governo das críticas.

Críticas ao governo

O vereador Pardal utilizou seu espaço para, mais uma vez, lembrar que “não vai deixar de criticar o governo atual nem vai deixar de criticar tudo que acha errado”. Ele lembrou que processos – para ele com vieses políticos – seriam os responsáveis pela impossibilidade legal de sua candidatura a reeleição para vereador, e mais uma vez criticou o promotor que gerenciou as denúncias do Ministério Público nos processos que foi condenado. Pardal também acusou o Ministério Público de Torres por ter feito a obra de reforma do prédio da instituição em Torres de forma superfaturada, acusação que o mesmo Pardal já havia feito à época da obra (a mais de quatro anos atrás). O vereador também afirmou que a prefeitura de Torres está ‘endividada em mais de R$ 80 milhões’, lembrando que esta dívida será parte dos problemas a serem enfrentados pela próxima administração.

Já a vereador Gisa Webber, em seu espaço na tribuna, elogiou o prefeito Carlos Souza por ter ido à Câmara na mesma segunda-feira (19/10), com o objetivo de falar com os vereadores (e de certa forma reclamar) sobre o fato do governo Estadual do RS estar exigindo que as escolas do município voltassem às aulas presenciais, quando a municipalidade não teria condições para isto. Mas Gisa cutucou o prefeito em seu discurso, dizendo estar surpresa de o mesmo prefeito não ter ido à Câmara mais vezes debater decisões locais sobre a pandemia da Covid-19.

O Vereador Jeferson Santos reclamou que o prefeito não tenha lutado suficientemente para que o previsto terminal portuário do Litoral fosse construído em Torres (hoje, a previsão é de que o empreendimento ocorra em Arroio do Sal), lamentando este fato.  E reclamou sobre o Plano Diretor, que para ele já estaria a oito anos com atraso para ser mandado para a Câmara, criticando qualquer tentativa ou possibilidade de o documento ser debatido ainda neste ano por esta nominata de vereadores na Casa legislativa.

Por sua vez, o vereador Tubarão levantou a questão da retirada de parte das verbas oriundas do empréstimo do Badesul –  verba que estaria listada para a reforma da entrada principal da Praia Paraíso. Tubarão indicou que até hoje a obra não ocorreu e a prefeitura não manifestou-se sobre para onde a mesma verba foi direcionada.  O vereador lembrou que foi contra a forma de reformar a entrada da Praia Paraíso – retirando e colocando as pedras irregulares – Mas acha que lá deveria ser feito algum tipo de pavimentação no acesso.

Respostas às críticas

Já o vereador Fábio da Rosa (PP), presidente da Câmara de Torres, utilizou seu espaço semanal de tribuna na sessão para defender o governo Carlos Souza. Ele lamentou a falta de ética na política de alguns concorrentes, lembrando que todos têm famílias e que a eleição passa e a vida continua. A seguir disse que a dívida da prefeitura aumentou porque foram lançados débitos antigos de precatórios (processos na justiça contra a Prefeitura) para a correção monetária, por conta da troca de moeda lá no ano de 1994 passado (há 26 anos), portanto em alguns casos de processos sobre ações de anos mais anteriores ainda.

Sobre o Plano Diretor e a demora em ser enviado para a Câmara, Fábio lembrou que ele e o próprio vereador Jeferson participaram do Governo João Alberto Machado (do MBD, entre 204 e 2012), e que já naquele governo havia atraso da revisão do Plano Diretor, o que aumenta o atraso de oito anos (reclamado por Jeferson), para dezesseis anos, conforme o presidente da Câmara em seu discurso.

Sobre a pandemia e a falta de diálogo reclamada pela vereadora Gisa, o vereador Fábio da Rosa criticou: Disse que “usar a Pandemia e as decisões dos governos neste período não se trata de um discurso correto para a política e que não deveria ser usado por políticos”.

Sobre o Porto, o vereador ficou de trazer mais provas, mas pare ele a ida do terminal portuário para Arroio do Sal não foi causado pela falta de interesse do governo atual.

 

 

 


Publicado em: Política






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