Saúde pública em Torres foi tema de novo debate entre candidatos a prefeito

Iniciativa do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) visa fomentar que as prefeituras construam uma melhor estrutura para a categoria nas cidades

FOTO: Terceirização e a Carreira Profissional na Saúde foram os principais temas apresentados e respondidos no debate por vídeo conferência
16 de outubro de 2020

Na noite de quarta-feira, dia 14 de outubro, aconteceu mais um debate virtual entre os candidatos a prefeitura de Torres. Desta vez foi uma organização do Simers (Sindicato Médico do RS), que colocou o tema Saúde Pública como foco específico a ser abordado nas indagações feitas aos participantes.

O debate foi dirigido por médicos que fazem parte da direção do sindicato gaúcho, sendo que também teve a presença da médica torrense Gabriela Schuster da Rosa – delegada do Simers na região – em uma das coordenações do evento.

Participaram do debate os candidatos Alessandro Bauer (MDB) Carlos Souza (PP) Marcelo Couto (Patriotas) e Moisés Lima (PT). O candidato Carlos Monteiro, o Tubarão (PDT), não compareceu e justificou compromissos pessoais para a ausência.

Na abertura do trabalho de opiniões políticas entre os candidatos torrenses, o Simers se posicionou institucionalmente no processo. Para o sindicato, “a Saúde é considerada a prioridade na administração das cidades conforme vontade da maioria dos moradores”. E sugere que os prefeitos tenham uma estratégia de gestão profissional e transparente justamente para atender esta demanda buscada pela população.

O Simers ainda indica que  irá enviar, a todos os diretórios das candidaturas de Torres, uma Carta de Reinvindicações da categoria para que sejam colocadas nos planos de governo (caso os políticos assim o desejem).

 

O SIMERS PERGUNTOU AOS CANDIDATOS QUAIS PROPOSTAS PARA O PLANO DE CARREIRA DOS SERVIDORES DA SAÚDE DE TORRES, PRINCIPALMENTE DOS MÉDICOS.

 

Moises Lima –  respondeu que é necessário ter um olhar atento.  Para ele, “cuidar da Saúde é também cuidar de quem cuida da Saúde” – os profissionais. Exemplificou citando a entrega e o risco que estão correndo os profissionais desta categoria durante a pandemia, criticando erros perante a categoria oriundos do governo federal, estadual e municipal.

 

Alessandro Bauer- lembrou que a Saúde Pública no Brasil sofre como um todo. E lamentou a falta de remuneração adequada aos profissionais, principalmente quando há terceirização dos serviços, pois a empresa pode ficar com parte dos valores dos justos salários. Disse que acha que o trabalho deve ser priorizado na Saúde inicial, nos postos de Saúde das cidades.

 

Marcelo Couto –  disse que para ele falar de Saúde e de pessoas é uma das coisas mais importante na gestão municipal. Quanto à remuneração da classe médica, ele acha que a categoria merece mais porque se preparou para o trabalho com estudos profissionais. Disse que em cidade como Torres faltam recursos para o setor de Saúde, para que se possam buscar profissionais bem pagos e na quantidade necessária.

 

Carlos Souza – disse que obviamente a Saúde é sempre uma responsabilidade especial para qualquer prefeito. Salientou que desde o início de seu trabalho como prefeito, a área foi a primeira que a administração tratou de chamar os servidores concursados, já no início do governo. Carlos lembrou que em Torres existem médicos em todos os pontos de atendimento onde há esta demanda, além de lembrar também que em sua administração foi montada a Clínica de Especialidade, mesmo isto não sendo uma obrigação do município para com as exigências do sistema nacional. E comemorou que estas especialidades geraram mais de sete mil consultas no ano de 2019, consultas estas de pessoas que não precisaram viajar para serem atendidas.

 

O SEGUNDO TEMA DO DEBATE FOI A OPINIÃO DOS CANDIDATOS QUANTO À TERCEIRZAÇÃODOS SERVIÇOS SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA EM ALGUNS SETORES MUNICIPAIS.

 

Carlos Souza – Disse que a terceirização é permitida por lei. E que a cidade, mesmo assim, no primeiro momento optou por não terceirizar. Mas que, quando foi feito concurso público para os setores e as candidaturas não foram suficientes, a administração acabou tendo que optar pelo sistema de terceirização em algumas atividades municipais.

 

Alessandro – acha que os profissionais não se sentem valorizados quando são contratados pelas empresas terceirizadas, além de não terem acesso à estabilidade dos servidores públicos. Acha que os profissionais da saúde (principalmente o médico) devem ser contratados e trabalhar pelo sistema de Concurso Público, como servidores estáveis, evitando a terceirização.

 

Marcelo Couto – disse que a terceirização da Saúde oferece vantagens e desvantagens. A vantagem é que a empresa é quem contrata e cuida das relações trabalhistas com os profissionais. E que por outro lado, a desvantagem é a de o profissional não se sentir atendido. Acha que deve sempre se priorizar a contratação por concursos -mas há de se olhar os limites do teto de pagamento de salários dentro da realidade orçamentária da prefeitura.

 

Moises – diz que não concorda com a afirmação do prefeito de não ter conseguido contratar médicos simplesmente. Acha que para isto a cidade deve oferecer Planos de Saúde particulares, além de outros benefícios para a contratação destes profissionais. Acha que a atual situação da terceirização da Saúde em Torres está ruim, já que o contrato de terceirização está aumentando muito e que caba onerando demais o município.

 

O ASSUNTO SEGUINTE FOI: COM A PANDEMIA, CAIU O ATENDIMENTO AOS OUTROS CASOS. COMO RESOLVER ISTO NO MUNICÍPIO, ATENDENDO COVID-19 E OUTROS CASOS DE FORMA EQUÂNIME?

 

Carlos Souza – disse que o tema é desafiador, principalmente no momento que a sociedade está aos poucos voltando ao normal, inclusive com a possibilidade de volta às aulas. Disse ser um desafio atual achar mecanismos de retomadas neste novo momento para atender a pandemia e principalmente atender outros casos.  E que já está buscando apoio no Governo Federal – no tocante a métodos e recursos financeiros – para trabalhar na retomada.

 

Marcelo Couto – disse que não existe gestor profissional que esteja totalmente preparado para atender a pandemia, inclusive na classe médica. Citou exemplos de trocas de regras desde o inicio da pandemia como prova de que os dados são insipientes para a segurança das tomadas de decisão. Lembrou que a saúde tem que ser atendida no Coronavírus, mas acha que interromper o trabalho de forma radical, como foi feito, não é uma forma eficaz de combate. E abriu sua opinião de ser contra os fechamentos agressivos feitos por algumas cidades e estados no Brasil.

 

Alessandro – acha que se deve buscar exemplos onde as coisas têm dado certo. Citou Santa Cruz, onde foi aplicado um plano de Carreira para profissionais médicos. Sobre pandemia, criticou o fato de Torres ter somente dois Postos de Saúde prontos, mas fechados, quando ao mesmo tempo as pessoas não têm atendimento próximo às suas casas. E reclamou que faltaram exames para tranquilizar os pacientes torrenses durante a pandemia. Alessandro lembrou que o município pode aplicar mais do que os 15% mínimos exigidos por lei na Saúde, mas que Torres não está assim o fazendo, se mantendo no patamar de 15% (para ele pouco para atender a real demanda local).

 

Moises Lima – lembrou que no Brasil já são mais de 150 mil vítimas fatais da Covid-19. E que o número só não é maior porque alguns gestores fecharam fortemente suas cidades para conter o vírus.  Para ele a Saúde Mental é uma das áreas que mais estão sendo afetadas pela falta de atendimento por conta da prioridade dada à pandemia. Criticou a política de prevenção à Covid 19 da prefeitura de Torres, conceituando-a como pouco eficiente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Publicado em: Política






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