Diagnóstico do Plano de Mobilidade Urbana de Torres foi apresentado para a comunidade

No auditório da Ulbra (foto), técnicos apresentaram detalhes da base de dados a serem utilizadas no desenho do novo Plano de Mobilidade Urbana, cuja apresentação final está prevista para abril do ano que vêm

5 de novembro de 2022

Na segunda-feira (31 de outubro), no auditório da Ulbra Torres, a Prefeitura de Torres realizou uma reunião aberta para apresentar o diagnóstico do Plano de Mobilidade Urbana – que está sendo realizado por técnicos especializados para, após, ser implementada na cidade. Conforme informa a mesma Prefeitura de Torres, trata-se de apresentar o resultado de um estudo de quase um ano, bem como a forma que a municipalidade está estruturando seu planejamento para esse novo paradigma.

O evento foi aberto pelo Secretário Municipal de Planejamento e Participação Cidadã, Matheus Junges, e apresentado pela arquiteta Ângela Candeia Todescatto Cattani,  que faz parte da equipe de trabalho da empresa contratada.

 

Diagnóstico dá fundamento para decisões futuras.

 

Conforme o diagnóstico apresentado, Torres é considerada  uma cidade de baixa circulação embora ela seja excessivamente centralizada (o que, eventualmente, pode causar dificuldades de circulação).  Um mapeamento de equipamentos coletivos como Escolas, Hospitais, sede da Prefeitura, dentre outros,  faz parte do diagnóstico. Os caminhos que pedestres utilizam para seu transporte em Torres, também. Isto serve para avaliar a importância das calçadas na mobilidade.

O mapeamento das ciclovias existentes também foi realizado, sendo que se chegou a medir 17 km deste modal. Conforme diagnóstico, muitos destes trechos necessitem de melhor sinalização e conservação. A necessidade de pontos de estacionamento de bicicletas também foi elencada, item que faz falta para a segurança do ciclista (para este trabalhar ou fazer suas atividades sabendo que seu meio de transporte está seguro).

Linhas de ônibus e tarifa, assim como o transporte escolar, fazem parte do mesmo levantamento referente a situação do modal atual, e também serão levados em conta no escopo do Plano de Mobilidade Urbana de Torres. O Tempo médio de descarga de caminhões na cidade também foi medido – para projetar o fluxo das vias,  bem como para definir se novas regras para esta prática são necessárias (como horários pré-fixados para estas atividades, por exemplo).

Um dado interessante da apresentação do Plano de Mobilidade Urbana – feita pela arquiteta Ângela Candeia Todescatto Cattani – foi a constatação que a ponte entre Torres e Passo de Torres está sendo considerada excessivamente explorada pelo trânsito atual, ou seja: os técnicos mediram o fluxo e a estrutura e chegaram à conclusão que a tonelagem média que passa por ela  está acima da projetada para a obra, o que pode tornar-se um risco. Outro dado interessante é que Torres tem uma média de cerca de dois veículos por habitantes.

Para a mensuração  do item Estacionamento em Torres, os locais foram divididos entre 1) os que sempre estão com estacionamentos ocupados e 2) outros que apresentam certa ociosidade em relação ao fluxo. Isto serve para direcionar fluxos e direção das vias, para buscar eficiência na distribuição de oferta de vagas. Levantamento de moradores locais também fazem parte desta projeção. Conforme a apresentação, são aproximadamente 35 mil vagas na cidade (medidas em áreas urbanas).

Uma pesquisa – feita com 1.100 pessoas, efetuada na semana do Balonismo e no Carnaval anterior – onde perguntava-se de onde vinham os motoristas e para onde iam, também faz parte do diagnóstico. Os dados servem para medir o fluxo por dia, por horário e etc., em um período que, além de considerar os moradores torrenses, levava em conta também o movimento de turistas.  E quando uma pergunta sobre acessibilidade foi feita no evento, mais ou menos dois terços dos presentes avaliaram que não existe acessibilidade adequada em Torres, um alerta vermelho para este tema. E o principal problema encontrado, conforme levantamento, são os buracos nas calçadas.

Perguntadas qual a paisagem que remete aos passeios de Torres para os motoristas pesquisados, a palavra principal da resposta foi o Rio Mampituba.  O item Praia ficou em uma colocação mais atrás. E o principal meio de locomoção utilizado pela comunidade é o Automóvel.

 

Mais linhas e mais acessibilidade nos ônibus

 

Vista Aérea de Torres (por Rafael Britto)

 

Em relação ao assunto ônibus, foi destacada na apresentação da arquiteta Ângela que se pedem mais linhas e mais acessibilidade. As paradas de ônibus em Torres foram, majoritariamente, consideradas insuficientes ou ruins – assim como o acesso às paradas também não foi bem avaliado.

Conforme relatado no evento, foram feitas entrevistas para analisar as pessoas em relação à idade, sexo, escolaridade e principais meios de transportes usados – buscando a partir destes dados projetar soluções mais qualificadas de diferentes públicos e suas principais formas de locomoção.  Informações oficiais sobre frota, acidentes (e vítimas) e veículos emplacados em Torres também foram levantados no estudo. E chegou-se a conclusão de que é pela tarde o horário que mais acontecem acidentes de carro na cidade, por exemplo.

Foi feita uma análise mais detalhada sobre a acessibilidade urbana em Torres, voltada para todos (independente de ter ou não deficiência). A faixa de segurança, por exemplo, é um dos equipamentos que entram nesta análise, servindo para projetar o futuro por bairro. Estes conceitos foram classificados, em média, de REGULAR para baixo

 

Emissão de gases é baixa e não necessita de plano especial

 

A seguir, a arquiteta Ângela Cattani mostrou que existem modelos de cidade a serem escolhido pelos gestores (e população) para serem a base do projeto de mobilidade urbana. Tratam-se de conceitos sugeridos e aplicados em outras cidades pelo mundo, que podem (ou não) ser a luz de um plano proposto em Torres.  Uma analise da revisão do Plano Diretor, que está para ser votado na Câmara torrense, também é utilizada, principalmente o macrozoneamento e as definições de atividades por zona.

A emissão de gases poluentes entra no contexto das decisões.  E conforme a análise feita, a cidade de Torres só polui pela emissão dos veículos. Portanto,  se encontra em uma classificação de muito baixa poluição a ponto de ainda não  ser necessário criar uma diretriz específica para este assunto.

Após o termino da apresentação, a reunião abriu espaço para pergunta dos presentes. Os questionamentos irão ser incorporados à situação atual (diagnóstico) da mobilidade de Torres.

 

Apresentação final será em abril de 2023

 

Segundo consta no Plano de Mobilidade Humana Sustentável, a iniciativa tem a oportunidade de contribuir para o equilíbrio entre as potencialidades e as deficiências reconhecidas em diferentes setores do município de Torres. “O Plano é o instrumento que garante o direito de ir e vir dos diversos modais de transporte, aliando a sustentabilidade e o crescimento econômico e social”.

Conforme explica a Prefeitura de Torres – em matéria sobre a reunião de apresentação – os trabalhos de análise pelo corpo técnico da Secretaria de Planejamento seguem sendo feitos. Portanto, algumas sugestões para aperfeiçoar o texto e aproximar ainda mais o conteúdo à realidade do município continuarão ocorrendo ao longo de todo o trabalho. “Toda e qualquer informação sobre o que foi produzido até agora pode ser requisitado diretamente na secretaria e, em breve, em página específica do Plano de Mobilidade a ser colocada no ar pela mesma municipalidade”.

Está marcada, em princípio para abril de 2023, a apresentação final do plano proposto, baseado neste diagnóstico apresentado e nos padrões exigidos. No Plano, a direção de vias (mão única ou mão dupla), localização de faixas de segurança, colocação e projeção de locais para ciclovias, rotatórias, sinaleiras, regras de carga e descarga de mercadorias e a necessidade de criação de novos trechos de rua fazem parte de vários fatores previstos no Plano de Mobilidade Urbana de Torres.

 

 

 

 

 

 

 


Publicado em: Política






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