Convênio busca viabilizar projeto para ampliação dos Molhes do Rio Mampituba

24 de março de 2017

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Por Fausto Júnior

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Na última quarta-feira, dia 22/3, o prefeito de Passo de Torres, Jonas Souza, anunciou em evento público, a formalização do Termo de Cooperação para a Elaboração do Projeto Executivo da Ampliação dos Molhes do Rio Mampituba. O acontecimento teve peso grande para as prioridades do municí­pio e região, sendo que contou, inclusive, com a presença do secretário de Infraestrutura do governo do Estado de Santa Catarina.

 

Analise ambiental e impactos na orla serão avaliados

 

A ampliação do tamanho dos Molhes, uma obra que organiza a foz do rio que divide a cidade os estados do RS e SC,  já teve várias outras tentativas de sair do âmbito das ideias e ir para a prática. estas tentativas envolveram ex-prefeitos do Passo de Torres e ex-prefeitos de Torres no comando das açíµes de articulação com o governo federal. Mas desta vez, foi a primeira tentativa, em muito tempo, que gerou algo de objetivo. A execução do chamado projeto básico – um trabalho minucioso e caro – será elaborado pela estrutura do Ministério dos Transportes, através do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias(INPH) do governo federal.  

Foi um executivo de carreira do INPH que, inclusive, anunciou a formalização do convênio e explicou os trâmites seguintes. Domenico Accetta é servidor do ministério federal e afirmou que o processo, agora, depende da analise de viabilidade. Uma das alternativas a serem avaliadas é a ampliação dos molhes com transpasse (uma espécie de curva) ou a ampliação de forma reta. A decisão deverá vir após a análise ambiental das duas intervençíµes, bem como das consequências que elas trarão para as orlas marí­timas das cidades do Passo de Torres e de Torres. Outra analise que será feita se refere aos custos de ambas alternativas, fator que pode viabilizar, inviabilizar ou transferir mais uma vez a execução da obra por conta de falta de recursos.

 

Apresentação mostrou impacto econí´mico dos Molhes

 

O historiador e servidor do municí­pio do Passo de Torres, Jaime Batista, introduziu a reunião de anúncio do convênio para a obra, feito pela prefeitura do Passo de Torres, mostrando em slides o histórico do desenvolvimento urbano e social da cidade do Passo, assim como da cidade de Torres (vizinhas e divididas pelo Rio Mampituba). A apresentação confirma um dado noticiado pelo prefeito Jonas Souza no encontro, em que, atualmente, 60% da economia da cidade do Passo de Torres é oriunda da atividade da pesca.  í‰ que Jaime mostrou que, no iní­cio do século passado, a dependência era ainda maior, mesmo quando os pescadores tinham de empurrar seus barcos contra as ondas do mar e enfrenta-las de frente para sair para alto mar, numa empreitada arriscada – numa época em que os Molhes não existiam.

 

Articulação da SAPT de Torres

 

O historiador mostrou também a importância turí­stica da obra inaugurada no ano de 1972. Embora a demanda dos molhes tenha surgido de encontro ao fomento da atividade da pesca nas duas cidades, Torres e, na época, Sombrio (da qual Passo de Torres era distrito), o fator Turismo pesou muito politicamente. Jaime narrou e mostrou em imagens da época a importância da Sociedade dos Amigos da Praia de Torres (SAPT) e seus dirigentes na articulação polí­tica, quando, í  época, tinham interesse que barcos de passeio também entrassem no rio Mampituba com segurança. Inclusive, na época, foi construí­da uma garagem de barcos na sede, junto ao rio, e um pequeno pí­er para o estacionamento e recolhimento das lanchas e pequenos iates.

O prefeito do Passo Jonas Souza (que é filho e neto de pescadores) lembrou, também, que as promessas de ampliação dos molhes são antigas. Na apresentação do historiador, constou um recorte de uma noticia de jornal da época, na década de 1970, ainda, mostrando uma espécie de manifestação das esposas de pescadores do Passo de Torres, que já reclamavam da morte de seus maridos (ou parentes) em naufrágios na barra, acidentes estes causados pela constatação de que o comprimento dos molhes era pequeno e largo, o que causava o assoreamento do percurso de saí­da dos pescadores. Elas pediam – já em meados da década de 1970 passada (cerca de 45 anos atrás) a ampliação dos molhes. Foram muitas vidas ceifadas nestes acidentes e muitos pescadores do Passo de Torres que tem até hoje de responder processo junto ao ministério, após terem perdido seus barcos e praticamente inviabilizado suas profissíµes lembrou o prefeito Jonas. Esta ampliação é um sonho antigo que se torna realidade, comemorou o prefeito.

 

Benefí­cios para os dois lados

 

O prefeito de Torres Carlos Souza não se fez presente, embora tenha mandado um representante no evento de anúncio do projeto da obra. Mas a cidade de Torres deve ser beneficiada pela ampliação dos molhes e a cidade, com certeza, deverá participar na hora dos aportes financeiros, assim como deverão participar os Estados de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. í‰ que a obra é Federal, ampliará ambos os lados dos molhes e envolverá dois estados no contexto.

O cronograma para a realização do que foi anunciado prevê que, ainda em 2017, o projeto básico seja encerrado, para, em 2018 (ano de eleiçíµes para presidente e governados), a obra possa estar sendo realizada.

   


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