Opiniões sobre pandemia em Torres dominaram a volta do uso da tribuna na Câmara

Solidariedade às famílias enlutadas e propostas de ações foram partes dos discursos. A grande maioria dos vereadores apoia a flexibilização das atividades econômicas

26 de março de 2021

Na sessão da Câmara de Vereadores de Torres realizada na segunda-feira (dia 22 de março),  a retomada da permissão para a utilizar espaço de tribuna foi a novidade. O espaço não estava sendo utilizado pelos vereadores por conta das medidas de restrição no processo de Distanciamento Controlado do governo do RS, em alinhamento com decisões decretadas pela Mesa diretor da Câmara de Torres.  E posicionamentos sobre fatos, posturas, consequências e propostas perante a nova onda de avanço da pandemia em Torres e região acabaram sendo o centro dos conteúdos de tribuna.

O presidente da Câmara, vereador Gibraltar Vidal, o Gimi (PP), foi o primeiro a se pronunciar na volta do espaço de tribuna. Ele confessou que está tristemente admirado pelo nível de problemas que a pandemia está trazendo para a cidade. Mas elogiou o prefeito Carlos Souza (PP) por optar pela cogestão e operar sob critérios da Bandeira Vermelha (um pouco mais brandos). Lembrou que o sistema econômico de Torres ficou cerca de 20 dias praticamente fechada por conta das restrições das bandeiras do processo de Distanciamento Controlado do governo do RS e que a adaptação local é necessária. O vereador explicou que os empresários são os que geram emprego e impostos para o sistema e que, portanto a saúde das empresas também é fundamental.

O presidente da Câmara encerrou seu pronunciamento na sessão ordinária lamentando os erros do governo federal que atrasaram as vacinas. E desabafou lembrando que o vírus é desconhecido e perigoso – ao exemplificar que conhece uma pessoa que se vacinou as duas vezes e está com Covid-19 mesmo assim.  E por isso Gimi sugere que a s pessoas se protejam e respeitem os outros ao invés de obrigar que as autoridades implementem mais restrições na liberdade dos torrenses.

Presidente da Câmara, vereador Gimi

 

Divulgação da lista dos vacinados

 

O vereador Igor Beretta (MDB) em seu discurso pediu que a secretaria de Saúde divulgasse os nomes das pessoas que se vacinam em Torres, para não haja a continuidade do receio aos ‘fura- filas’, como já foi ventilado na cidade (o que já gerou acusações infundadas, inclusive).

A seguir, para lembrar que a doença é forte, Igor disse que já pegou duas vezes a Covid e que seu pai está se recuperando da doença. Referiu-se a dificuldade de contratação de profissionais para trabalharem com a Pandemia em Torres e conceituou de bom o trabalho da municipalidade local. Afinal, o vereador disse que não é hora de atacar os defeitos da prefeitura, tal é o tamanho da gravidade da pandemia.

 

Apoio à flexibilização e tratamento precoce

FOTO: Vereadora Carla

 

A vereadora Carla Daitx (PP), dentre outras coisas, em seu espaço de tribuna parabenizou a eficiência da vacinação no drive-trhu promovida pela prefeitura.  Ela também se uniu às manifestações feitas pelo grupo “Médicos pela Vida”, afirmando que apoia a vacina e o distanciamento social, mas também apoia o tratamento precoce, a luta do grupo de profissionais da Saúde em sua manifestação.

A vereadora se referiu a uma reunião na Assembléia Legislativa realizada nos últimos dias, onde ela e colegas pediram a flexibilização de medidas restritivas em Torres e afirmou que estaria participando de outra reunião virtual com o mesmo objetivo.  Para Carla, “a abertura dos restaurantes e pizzarias à noite é importante para manter a atividade sem que estas entrem em colapso”.

O vereador Jacques (PP) citou o fato de ‘verdades científicas’, inclusive, terem se modificado neste ano de pandemia. E que seria justamente por isso que os cuidado perante a contaminação pelo Coronavírus deveriam continuar sendo tomados. Mas o vereador acha que algumas atividades não deveriam ser proibidas. “As pessoas devem evitar sair quando não precisam, mas devem poder sair para fazer àquilo que conceituam como necessário em suas vidas”.

 

Flexibilização mas com respeito

Vereador Cláudio Freitas

 

Também em seu espaço de tribuna, o vereador Cláudio Freitas (PSB) conceituou a pandemia como um momento nunca imaginado pela humanidade. Lamentou que o vírus estivesse sendo avassalador lembrando que já estamos há um ano nesta situação.

Cláudio acha que a cidade deve estar preparada para enfrentar mais uma batalha após a pandemia e que, por isso, o momento é de respeito. E por isso, para o vereador deve ser feita, sim, a flexibilização, mas as pessoas devem praticar mais a empatia e respeitar o pensamento dos outros, utilizando máscara, fazendo higiene preventiva e não participando de aglomeração.

Já o vereador Dilson Boaventura (MDB), dentre outros assuntos de tribuna afirmou que a ideia da montagem de um hospital de campanha em Torres (requisitada formalmente por seu gabinete) poderia ser utilizada para atender todo o litoral. Lembrou que muita gente está falecendo e que o hospital poderia ajudar a evitar estes óbitos. Para isto sugeriu que seus colegas de vereança façam contato com seus deputados para tentar ajudar no projeto da montagem do Hospital de Campanha.

Vereador Dilson Boaventura

 

Desconto no IPTU e prioridade para servidores da Segurança

 

A seguir iniciou o chamado “Pequeno Expediente”, quando vereadores que não estavam na pauta principal se inscrevem para falar mesmo assim, só que com a metade do tempo: cinco minutos.

O vereador João Negrini (Republicanos) em seu espaço afirmou que também foi à AL conversar com a bancada do partido Republicana para pedir que a mesma apoiasse medidas de flexibilização. Leu um texto se solidarizando às famílias enlutadas, mas leu texto também se solidarizando aos problemas enfrentados pelo comércio local, que conforme avalia estão em dificuldade de se manter por seus negócios por estarem sendo proibidos de trabalhar. Sobre a pandemia em si, Negrini acha que ninguém tem certeza sobre as coisas que estão acontecendo, nem mesmo a ciência. E por isso pediu para que a prefeitura dê desconto de IPTU para os contribuintes, indicando que já existem cidades que estão fazendo isto como forma de amortecer os problemas econômicos causados pela Covid-19.

O vereador Jacó Miguel (PSD) entre outras coisas manifestadas em seu discurso de tribuna, sugeriu que as pessoas ligadas a todo o do sistema de Segurança Pública deveriam obter prioridade na vacinação por estas estarem sujeitas a contaminação com mais força que outras categorias.

 

Culpa do presidente da República

 

O vereador Moisés Trisch (PT) em seu espaço fez uma estatística dos mortos na pandemia (o Brasil ultrapassou a marca dos 300 mil mortos nesta semana), para afinal reclamar da falta de qualidade na tomada de decisão do governo federal sobre a vacinação. Sobre as atividades, o vereador lembrou que usar a máscara é respeitar o próximo e lamentou o fato de, ele mesmo, estar sendo vítima de chacotas por usar máscara no dia-a-dia. Disse não é contra a abertura do comércio, mas que as manifestações da categoria deveriam focar para que haja a compra de vacinas, para ele onde há o atraso.

 

Dilemas dos comerciantes e Gastronomia noturna

Já o vereador Rogerinho (PP) compartilhou publicamente sua mudança de opinião sobre o uso de máscaras, por exemplo. Ela disse que no início da pandemia achava que era besteira usar máscara, mas agora sabe que não.  Rogerinho (PP) disse que, em sua avaliação, o prefeito Carlos Souza nunca restringiu atividades em Torres com maior rigidez do que as ordens dos decretos do governador do RS. Mas que para ele é preocupante o comércio estar fechado.  “É muito fácil um funcionário público, que recebe seu salário no final do mês em qualquer situação, apoiar o fechamento do comércio. Mas este deveria se colocar no lugar do comerciante, do o homem desempregado e etc., para var sua real situação com o fechamento das atividades”, afirmou o vereador. Para Rogerinho, “não é o fechamento do comércio que vai resolver a pandemia”.

A seguir Rafael Silveira (PSDB), também em seu espaço do Pequeno Expediente, dentro outras prioridades citadas também falou sobre a situação atual da pandemia em Torres. Ele comunicou que já havia agendado uma reunião com um deputado estadual do seu partido (PSDB – mesmo partido do governador do RS Eduardo Leite) para que este faça pressão política na Assembléia e na Base aliada do governo para que haja mais flexibilização e consequentemente sejam abertos os comércios noturnos, também (restaurantes e bares).

Silvano Borja (PDT) encerrou a participação dos vereadores na tribuna. E sobre a pandemia, o pedetista lamentou as mortes e os problemas dos comerciantes e assalariados que estão perdendo o emprego por conta da Covid.  A seguir explicou que foi esse contexto problemático que teria motivando-o a requisitar formalmente que o governo de Torres ofereça auxílio emergencial para ajuda de pagamento dos alugueis dos estabelecimentos comerciais que foram atingidos pelas medidas de contenção, assim como indicação para a prorrogação de prazo para pagamento de impostos na cidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Publicado em: Política






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