Parte da história turística de Torres, Mirante está se deteriorando na Praia Grande

Já marcada pelo abandono, invasões e pichações, parte do concreto da estrutura dos anos 50 (foto) começou a ceder

20 de abril de 2018

 

Um marco edificado histórico, que remete ao veranismo de Torres nos anos 50, pede ajuda.  Construído há mais de 60 anos e instalado junto ao calçadão da Praia Grande, o mirante – que no passado serviu como guarita de observação para salva-vidas  – está se deteriorando. Algumas partes concretadas da singela (mas significativa) estrutura recentemente tombaram, chamando atenção dos proprietários e funcionários dos quiosques localizado ao redor, que pediram ao jornal A FOLHA que fizesse reportagem sobre o assunto.

Além do concreto que recentemente cedeu, há ainda várias mostras do abandono da antiga Guarita Salva-Vidas: a pintura descascando nem chama tanta atenção, em meio a sujeira e pichações que marcam a estrutura. O corrimão de ferro que acompanha a escada do mirante está totalmente enferrujada, apodrecida. Um portão chegou a ser colocado para evitar que pessoas acessassem irregularmente o equipamento – entretanto, este portão foi facilmente arrombado, e a estrutura histórica eventualmente é utilizada como abrigo improvisado por moradores de rua.

 

Demanda encaminhada para Secretaria de Obras

Tendo em vista o lamentável estado desta histórica Guarita Salva-Vidas – que com um pouco de atenção e boa vontade poderia ser um ponto turístico valorizado da Praia Grande – o jornal A FOLHA fez, na tarde de segunda-feira (16), uma visita ao prédio da Antiga Prefeitura, que serve de sede para a Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte de Torres. Conversamos sobre o Mirante com a servidora Maria do Carmo, representante da Diretoria de Cultura. Ela relembrou que a estrutura é “parte de um contexto histórico e turístico da atividade do veranismo em Torres”, tendo sido construída nos anos 50 com um estilo estadunidense (sendo que, à época, outras do tipo se espalhavam por praias de Torres, servindo para a atividade dos salva-vidas). Ela lamentou que o Mirante estivesse se deteriorando ainda mais recentemente, e garantiu que repassaria para a Secretaria de Obras de Torres a demanda por melhorias/reforma deste antigo modelo de guarita Salva-Vidas.

 

Placas com orientação sobre pontos históricos e turísticos

Assim como ocorreu deterioração, pichações e invasão ao histórico Mirante da Praia Grande, outros símbolos que ressaltam a história de Torres também foram vítimas de vandalismo nos últimos tempos: é o caso das decapitações de imagens sacras no Caminho da Santinha e da pichação no Monumento de Ocarapoti (localizado em Praça junto à Lagoa do Violão, simbolizando a lenda da índia tupi-guarani que chorou a morte do seu amado violeiro e, com suas lágrimas, fez surgir a Lagoa do Violão). As razões para tais atos de vandalismo não são conhecidas, mas pode deduzir-se que a própria ignorância quanto a representatividade destes símbolos torrenses seja uma das influências aos atos de delinquência.

Portanto, o jornal A FOLHA aproveitou a oportunidade para botar em discussão a necessária efetivação de equipamentos, fáceis de serem concretizados, e que poderiam representar um diferencial turístico – além de, indiretamente, ajudarem na manutenção de nossa cultura local. Trata-se da instalação de placas com orientação sobre pontos históricos e turísticos, contando um pouco da história e representatividade dos vários pontos marcantes de Torres. A servidora Maria do Carmo ressaltou que tais equipamentos fazem parte do planejamento da Diretoria do Cultura durante a gestão Carlos Souza. “Trata-se de uma demanda importante (a instalação das placas orientativas), pois seria uma forma da comunidade e turistas conhecerem a história e ajudarem sua preservação”, finalizou a servidora.

 


Publicado em: Cultura






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