Na sessão da Câmara de Vereadores de Torres ocorrida na segunda-feira, dia 20 de março, após muita discussão em posicionamentos oficiais foi APROVADO o VETO do prefeito Carlos Souza a uma emenda – de várias outras emendas já apresentadas e aprovadas – referente a implementação do sistema de Estacionamento Rotativo Pago nas vias do centro torrense. A aprovação ao veto foi feita após parecer de que o tema poderia ser rejeitado, conforme discurso anterior do próprio prefeito Carlos na Câmara (ocorrido na sessão de 13/3), apesar de até vereadores da base aliada do governo mostravam certo receio em aceitar o veto.
A matéria emendada e agora oficialmente vetada se trata de uma iniciativa do vereador Igor Beretta (MDB) que indicava 30 minutos de tolerância (sem comprovação do pagamento) para veículos de TORRENSES, quando a proposta original propunha 15 minutos de tolerância para TODOS os veículos, sem descriminação de origem.
Posições firmes de ambos os lados
Primeiro a ocupar a tribuna no debate sobre o veto, o vereador Igor Beretta (MDB), autor da emenda, se mostrou surpreso com o governo da prefeitura. Ele repetiu sua opinião que não seria coerente vetar uma emenda com a justificativa da mesma ser inconstitucional, quando, segundo ele, outras emendas similares teriam sido aceitas sem esta observação. A entrada da cobrança aos sábados à tarde, emendada pela vereadora Carla Daitx (quando na proposta inicial liberava o estacionamento grátis neste turno do mesmo sábado) e a emenda que aumentou de 10 para 15 minutos a tolerância para TODOS os veículos, foram exemplos citados pelo vereador na defesa da rejeição junto aos seus colegas à do veto a sua emenda.
Moisés Trisch (PT) deu coro total ao seu colega Igor, afirmando que a atitude em sua opinião estaria incoerente por parte da prefeitura. Mas o petista criticou ainda a opção pela terceirização da operação do rotativo pago, sendo para ele este um dos erros à implantação do sistema, afirmando que “a busca pelo LUCRO” que seria causa dos exageros da implantação do rotativo.
Jacó Miguel disse que votaria contra o veto do prefeito porque votou contra o rotativo por achar este mal elaborado. E que a emenda aprovada agora vetada “amenizaria os problemas do sistema”.
Base do governo defendeu aplicabilidade
O Vereador Rafael Silveira (PSDB), líder do Governo Carlos Souza na Câmara, também utilizou a tribuna, mas para defender a opção do veto, ou seja: pedir aprovação ao mesmo. Ele desafiou seus colegas a exemplificarem algum município que tivesse 30 minutos de tolerância (sem resposta imediata). Rafael também respondeu ao argumento do oposicionista Moisés sobre lucro dizendo que “qualquer empresa privada visa o lucro”, o que faz parte de empreendedorismo. A seguir o vereador explicou que não haveria uma forma de controlar a tolerância somente para torrense, que era o que buscava a proposta de Igor Beretta, justificando afinal o veto.
Gimi (PP) deixou claro que é a favor do Estacionamento Rotativo tarifado e que, justamente por isso, seria a favor do veto do prefeito. Ele criticou o autor da emenda, sugerindo que a opção seria politiqueira. Ainda utilizou o exemplo de seu colega Rafael sobre a não existência deste tempo de 30 minutos em nenhum local com o Rotativo funcionando. O vereador também disse que a militância em redes sociais, colocando os torrenses contra quem é a favor do veto, era uma forma de demagogia, porque não há como controlar este item no sistema. E disse também que quem era contra o Rotativo eram pessoas que não querem perder seu costume de deixar seus carros estacionados o dia inteiro em frente aos seus comércios ou escritórios, evitando que pessoas que querem utilizar o comércio tenham vagas.
O vereador Negrini (Rep) lembrou que o Rotativo é feito para gerar vagas a pessoas que têm problemas para estacionar em locais centrais de Torres, mas que não conseguem vagas por conta da falta de política pública para a rotatividade.
Vilmar dos Santos Rocha (União Br) ironizou. Ele acha que se a prefeitura ceder mais 15 minutos, os militantes desta causa irão seguir querendo mais, querendo 1 hora de isenção, uma hora e meia… e assim por diante…
Silvano Borja (PDT) disse que concorda com a afirmação de não haver outras cidades com este tempo de tolerância de 30 minutos. Mas que mesmo assim, votaria contra o veto porque não via coerência da prefeitura quando vetou somente uma emenda, sem questionar as outras.
Por fim, o vereador Jacques (PP) defendeu o veto à emenda de 30 minutos de tolerância para os torrenses, alertando que seria difícil controlar o estacionamento com esta forma, exemplificando os cartões que os idosos utilizam para se identificar, o que seria difícil fazer para os torrenses.
Votação secreta mostra troca de opinião
Como a emenda do vereador Igor Beretta – sugerida em fevereiro, durante a votação do Projeto de lei do rotativo – havia na ocasião sido aprovada por 7 x 6 (quando então o presidente da Câmara, vereador Rogerinho, desempatou a favor da emenda) percebemos que houve trocas de opinião. Isso fica demonstrado pelo placar final da votação ao veto do prefeito, 8 x 5 a favor do veto. Ou seja, ocorreu uma ‘virada’.
Como a votação é secreta nestes casos, não há como saber quais foram as titularidades dos votos. Sabe-se, no entanto, que houve quem trocasse de opinião, por uma questão matemática. Lembrando que, em casos de votação secreta como este, o Presidente da Câmara também vota.
Agora o Estacionamento Rotativo Pago pode ser implantado em Torres, porque não há mais pendências sobre a matéria.