Próximo de completar três meses do atropelamento de Kamyla Lopes Tormes, 19 anos, ocorrido na noite de 28 de abril de 2021, na Avenida Castelo Branco, em Torres, a jovem aguarda o término das investigações policiais e posterior análise do Ministério Público para um possível ajuizamento de processo judicial contra o autor do atropelamento, que deixou o local do acidente sem prestar socorro.
Kamyla se mostra forte ao agradecer a todas as pessoas que acompanharam o caso e torceram pela recuperação dela, que ainda segue ocorrendo com inúmeras idas a Porto Alegre para consultas médicas. A jovem conta que logo após o atropelamento foi encaminhada ao Hospital Cristo Redentor em Porto Alegre, onde ficou hospitalizada durante um mês, sendo 22 dias em coma induzido. Ela passou por cinco cirurgias, pois o acidente causou fraturas de ossos e traumatismo craniano encefálico. Além disso, chegou a contrair uma bactéria no pulmão, agravando ainda mais sua saúde. Atualmente, se avalia a necessidade de se fazer mais uma cirurgia para a correção do braço esquerdo.
No auge da sua juventude, Kamyla precisa aprender a lidar não só com a reabilitação física, mas também com as cicatrizes que marcam seu rosto, pois seu nariz e maxilar também foram atingidos no acidente.
“Para o tratamento do traumatismo craniano, meus cabelos longos precisaram ser cortados para facilitar a recuperação. Atualmente me sinto ainda em choque, pois mudou tudo na minha vida, tenho até pesadelos”, desabafa a jovem.
A busca por justiça e reparação
O caso está na fase final de investigação pela Polícia Civil de Torres e deve ser remetido em breve ao Ministério Público para oferecimento de denúncia crime ou o seu arquivamento, se assim entender o Ministério Público.
O delegado titular da Delegacia de Polícia Civil de Torres, Juliano Aguiar de Carvalho, informou que aguardam por resultados periciais para compor e finalizar o Inquérito Policial. Entre as perícias faltantes, está por exemplo a que vai informar a velocidade do veículo no momento do acidente.
De acordo com o advogado da vítima, Roger Quadros, a ocorrência está sendo tratada como Lesão Corporal na Direção de Veículo Automotor. O autor do acidente não foi preso, pois não houve o flagrante. Logo após a colisão o condutor evadiu-se do local, sem prestar socorro.
Roger informou que Kamyla busca justiça e reparação de danos físicos e psicológicos, visto que todo o atendimento médico e hospitalar tem sido custeado pela jovem e sua família. A reportagem da Rádio Maristela apurou que em depoimento, o autor do fato afirmou que não viu a jovem atravessando a avenida e que não era habilitado para dirigir.