Debate público entre sindicalista e vereador na Tribuna Popular da Câmara torrense

As críticas foram sobre a dispensa gratuita, feita pela prefeitura, para que servidores trabalhem no sindicato mantendo os salários pagos pela municipalidade

Vereador Rogerinho (PDT) critica benefício
3 de dezembro de 2017

Participaram da Tribuna Popular na última sessão da Câmara de Vereadores de Torres, realizada na segunda-feira (27/11), o presidente do Simto (Sindicato dos Municipiários de Torres) André Dambros e o presidente do Cepemto (Centro dos Professores do Município de Torres) Belimar Guimarães. Eles foram à casa legislativa depois de pedido formal feito à mesa diretora da casa, para que pudessem dar respostas às críticas institucionais feitas na sessão anterior pelo vereador Rogerio Jacob, o Rogerinho (PDT). As críticas foram sobre a dispensa gratuita, feita pela prefeitura, para que servidores trabalhem no sindicato mantendo os salários pagos pela municipalidade. Rogerinho criticou o prefeito Carlos Souza (PP) por ceder os servidores. Mas quem foi a Câmara explicar foram os próprios funcionários cedidos, os ‘donos’ dos direitos trabalhistas.

 

Lei federal dá guarida

 

Presidente de Centro dos Professores Belimar Guimarães  explica a lei

 

Belimar explicou que esta prática, conforme ironizou, “não é uma invenção marisqueira”. Disse que se tratam de normas e direitos regidos por leis federais conquistados pela categoria. “Nós mantemos diálogo com a administração municipal, sempre buscando o melhor para os servidores e para a função que eles exercem”, afirmou o líder do Cepemto. “Passamos por um princípio de greve e ainda estamos esperando a finalização do entendimento às demandas conquistadas no movimento, mas estamos atentos às atitudes da prefeitura e não estamos deixando de atacar os erros”, continuou. O presidente do Cepemto mostrou que o sindicato participa de ações da cidadania da cidade, como os conselhos, e que trabalha para a melhoria de toda a cidadania conforme sua avaliação.  Ela convidou vereadores para que participassem formalmente (com um representante) do Conselho de Educação, para que a atividade do setor fosse mais bem entendida em seu dia-a-dia pelos políticos.

 

Para André, sindicato defende a qualidade do ambiente profissional…

 

Presidente do Simto André Dambrós defende eficácia do benefício

 

Já o presidente do Simto, André Dambrós, cutucou um pouco mais. Ela lembrou em seu discurso que vereadores também são servidores públicos e que também são pagos pelos impostos recolhidos da sociedade. Portanto, ele estaria achando estranho um vereador criticar um colega de trabalho em defesa da categoria que os vereadores se incluem. “Podemos perder este direito de ser cedido após a reforma que está em curso, mas vamos manter nosso trabalho”, disse o presidente do sindicato dos servidores de Torres. “E lembro que desde a nova lei que permite esta cedência, de 1988 para cá, os servidores avançaram muito, têm garantido mais respeito na situação atual se comparado ao momento anterior às leis que deram estes direitos”, continuou. “Inclusive, os déficits previdenciários atuais, que estão sendo criticados, foram criados naquela época, quando os sindicatos não tinham protagonismo”, defendeu André Dambrós.

 

… e vereador questiona

 

O vereador Gimi (PMDB) pediu para a mesa diretora que o vereador citado (Rogerinho) tivesse direito também á tréplica. E a mesa deu espaço para o vereador. Foi quando Rogerinho manteve sua posição ainda com mais força. “Sei que tem lei, mas o político defende a população”, disse. “Vocês acham que a população torrense acha justo que estejamos pagando salários acima da média para que um servidor seja cedido para sindicato, para atender causas próprias? Acho que a maioria não concorda”, indagou e reclamou o vereador. “Jamais vou aceitas que dinheiro do povo pague salário para que o servidor saia para trabalhar em um sindicato”, encerrou

O presidente do Simto, André Dambrós, respondeu dizendo que o sindicato estaria defendendo a qualidade do serviço público e a qualidade exigida pela sociedade dos serviços.

Rogerinho respondeu afirmando “que não acredita que um sindicato que conquistou biênio, quinquênio e etc., ganha muito mais que a média do mesmo cargo do setor privado, e ainda faz greve, esteja trabalhando para a qualidade do serviço”. Pare ele, o sindicato trabalha “pelos interesses individuais da categoria”.

 


Publicado em: Política






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