Os 50 anos do ‘Maio de 68’ em foco no Cineclube Torres

Em maio, os 4 filmes escolhidos pelo Cineclube Torres procuram ilustrar o emblemático Maio de 68 -  onda de protestos que culminou em movimento político-cultural que mobilizou a Europa - a partir de vários pontos de vistas

2 de maio de 2018

Em maio, os filmes escolhidos pelo Cineclube Torres procuram ilustrar o emblemático Maio de 68 – onda de protestos que culminou em movimento político-cultural, mobilizando a Europa – a partir de vários pontos de vistas. Haverão filmes tanto daquela época como de tempos mais recentes, relendo os eventos de forma mais ponderada e distanciada. As sessões serão às segundas feiras, no Auditório José Antônio Picoral, na atual Casa da Terra e antigo Centro Municipal de Cultura –  sempre às 20h, sempre com entrada franca.

“Teremos filmes quase sincrônicos, como o clássico de Jean-Luc Godard ‘A Chinesa‘, de 1967, que antecipa alguns aspetos do movimento, ou a obra do Suíço Alain Tanner, ‘Jonas que Terá 25 Anos no Ano 2000‘, de 1976 e ambientado no rescaldo da transformação da sociedade pós-movimento. Mas também haverá espaço para obras recentes de dois autores, o italiano Bernardo Bertolucci e o francês Olivier Assayas, que procuraram a posteriori reconstruir o quadro ideológico e os acontecimentos a partir de narrativas ambientadas naquele período e relacionadas com o cinema: respectivamente o italiano em ‘Os Sonhadores‘ de 2003 e o francês no filme autobiográfico ‘Depois de Maio‘, já em 2012″, ressalta o idealizador do Cineclube, Tommaso Mottironi, que continua explicando: “Em foco estará sempre o movimento que significou esperanças enormes e ao mesmo tempo desilusões tremendas, Maio 68, marcando de forma indelével a sociedade no seu todo, com ideias, imagens e slogans impactantes como ‘É proibido proibir’, ‘A imaginação no poder’ e ‘Não quero perder minha vida ganhando-a'”.

 

Maio de 68

 

Maio 68 foi um movimento político, social e cultural breve, praticamente concentrado naquele mês de 1968, mas teve um impacto enorme que pautou toda uma revolução silenciosa da sociedade europeia, uma revisão de valores e de referenciais. Em termos políticos globais, coincidiu com o recrudescimento da guerra do Vietnã, a primavera de Praga, o auge do maoismo com a Revolução Cultural, a eclosão das principais guerras pela descolonização na África e, no Brasil, o aumento de protestos contra a ditadura militar.

O movimento nasceu no seio do meio universitário francês, com o pretexto de contestar uma mudança no sistema educacional, mas já integrando um mosaico de questionamentos sobre o sistema político-econômico a nível global e sobre a sociedade tradicionalista da época. Em breve a “revolução de 68” partindo de Paris tomou as ruas e as praças de várias cidades francesas, invadiu as fabricas, juntou na luta jovens e a classe trabalhadora, e mesmo que a duração do movimento, em termos cronológicos, tenha sido breve, é impensável a sociedade atual sem as transformações consequentes ao Maio 68

 

 


Publicado em: Cultura






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