Uma iniciativa inédita no sistema prisional tem proporcionado momentos de reflexão e autoconhecimento para as mulheres privadas de liberdade do Presídio Estadual Feminino de Torres (PEFT). É a prática de yoga, oferecida uma vez por semana na casa prisional.
A atividade, que iniciou em abril, ocorre no pátio do estabelecimento todas as sextas-feiras e possui 1h30min de duração. Participam, em média, 15 apenadas. As aulas são ministradas pela professora Ana Cecy Bernardes, do Instituto de Yoga Pema Shanti, de Torres, com apoio da psicóloga da casa prisional e praticante, Viviane Macedo. A introdução da yoga no presídio tem por objetivo oferecer os benefícios do exercício para as detentas.
O relaxamento das tensões, a correção de postura, a respiração correta, o alongamento do corpo, a serenidade da mente, até mesmo o auxílio no tratamento de patologias clínicas, controle de compulsões e dependência química são algumas das vantagens. O tipo de yoga oferecido na casa prisional é Hatha Yoga, que baseia-se em posturas que alternam torções, alongamentos, respiração e relaxamentos. A professora Ana Cecy adequou as técnicas de acordo com o espaço e o público.
Novas formas de lidar com emoções negativas
A psicóloga Viviane Macedo acredita que, ao introduzir a yoga, as apenadas aprendem novas formas de lidar com as emoções negativas, o que auxilia no controle da mente e do corpo em prol de uma vida melhor e mais saudável. “Estou muito feliz de compartilhar com as mulheres a prática da yoga que tantos benefícios têm trazido para minha vida”, confessou.
A iniciativa partiu da própria professora Ana Cecy, que ministra as aulas voluntariamente, após reunião com a direção do presídio, onde foram elencados os benefícios da prática. Segundo a professora Ana Cecy, o yoga também auxilia na redução do estresse e da ansiedade, o que se pode perceber logo nas primeiras aulas. “A concentração durante a prática, os exercícios respiratórios e as meditações são os responsáveis pela diminuição do estresse e da ansiedade, equilibrando os hormônios e o sistema nervoso. Cada um no seu ritmo aprende os seus limites e isso aumenta o nível de autoaceitação. Eu vejo a yoga como benéfico para esse momento da vida das mulheres, mas também é importante na preparação emocional para quando saírem da prisão”, relatou.